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Yoshihide Suga foi eleito primeiro-ministro do Japão nesta quarta-feira (16) para um mandato-tampão até setembro de 2021. Sua vitória no parlamento já era certa depois que ele foi escolhido como líder do Partido Liberal Democrata (PLD), que detém a maioria dos assentos do legislativo, após a renúncia do ex-premiê Shinzo Abe por problemas de saúde.
Suga, 71, foi secretário de gabinete de Abe por muitos anos e agora que assume o cargo mais importante do governo afirma que dará continuidade ao trabalho de seu antecessor, o que ele acredita ser importante na condução do país durante a pandemia de Covid-19 e a crise econômica que ela causou. Segundo o Japan Times, no novo gabinete, dos 20 ministros apenas 5 são caras novas no governo, enquanto outros apenas trocaram de pasta. O irmão mais novo de Abe, Nobuo Kishi, será ministro da Defesa.
Um dos objetivos de Suga é acelerar reformas estruturais, simplificando a burocracia e promovendo a digitalização. Na política externa, ele tem pouca experiência, mas deve continuar seguindo os passos de Abe, fortalecendo os laços com os Estados Unidos ao mesmo tempo em que mantém uma relação estável com a China.
Apesar de ter sido escolhido para completar o mandato de Shinzo Abe, Suga pode dissolver o parlamento e convocar eleições ainda neste ano para consolidar sua vitória nas urnas. Alguns membros do PLD estão avaliando essa opção por considerar que o partido da oposição, o Partido Democrático Constitucional do Japão, ainda não está preparado para uma eleição parlamentar após o seu relançamento. Contudo, a jogada pode ser arriscada porque convocar uma votação nacional em meio à pandemia pode ser visto como um ato irresponsável.