O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, fez na quinta-feira (19) mais um comunicado população do país. Ele disse que vai impugnar legalmente as eleições do dia 29 de novembro em nome de milhares de hondurenhos e centenas de líderes e dirigentes da Frente de Resistência ao Golpe de Estado que estariam sofrendo repressão.
Zelaya afirmou que "não é possível haver eleições sob as atuais condições". Apoiadores do presidente deposto continuam mantendo a vigília em frente ao Congresso Nacional que só deverá manifestar-se sobre a sua possível restituição ao cargo no dia 2 de dezembro, depois, portanto, das eleições.
Do lado de fora da embaixada brasileira, onde o presidente Zelaya está abrigado com simpatizantes desde o dia 21 de setembro, representantes do governo deposto pelo golpe de Estado de 28 de junho, reforçam a campanha pelo boicote as eleições.
Hoje o ministro de Economia do governo Zelaya, Nelson Avila, em entrevista Agência Brasil, alertou para a possibilidade de fraudes nas próximas eleições.
Avila afirmou que em Honduras, quando as eleições eram manuais, as fraudes foram comuns. "Faziam mortos votarem e mudavam os votos dos eleitores que moram no exterior, além de alterar as atas de votação por debaixo da mesa". E que mesmo agora com a entrada da tecnologia, elas podem voltar a acontecer, "porque isso já se deu em países mais organizados como os Estados Unidos e o México".
O ministro também não acredita que a presença de observadores internacionais que deverão acompanhar as eleições, a convite do governo golpista, possa significar a garantia de um pleito limpo
Estão aptos para votar nas próximas eleições 4,5 milhões de eleitores. Em Honduras só se pode votar depois dos 18 anos e o voto não é obrigatório. Além do presidente, serão eleitos 128 deputados e 298 prefeitos. As forças armadas dizem que estão preparadas para garantir a segurança dos eleitores "antes, durante e depois do dia 29".
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