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Presidente de Honduras Manuel Zelaya é recebido pela presidente chilena Michelle Bachelet, no Palácio La Moneda, em Santiago | Ivan Alvarado / Reuters
Presidente de Honduras Manuel Zelaya é recebido pela presidente chilena Michelle Bachelet, no Palácio La Moneda, em Santiago| Foto: Ivan Alvarado / Reuters

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, chegou nesta quinta-feira (13) a Santiago do Chile, em busca de apoio do governo local. A visita coincidiu com novos protestos em Honduras, pelo imediato retorno do líder.

Zelaya, trajando seu costumeiro chapéu de caubói, encontrou-se com a presidente chilena, Michelle Bachelet, no Palácio La Moneda. "O Chile é um país que sofreu uma ditadura e sabe o que é viver com assassinos e terrorismo...eu agradeço à presidente Bachelet e ao povo chileno por sua solidariedade", afirmou Zelaya a repórteres.

Em ocasiões anteriores, Michelle Bachelet pediu publicamente o retorno do "governo legítimo" de Honduras ao poder. "Nós agradecemos o trabalho da Organização dos Estados Americanos (OEA) para uma solução e esperamos que o sr. Zelaya seja reinstalado em breve", afirmou a líder.

Enquanto isso, o governo da Argentina exigiu que a embaixadora de Honduras, Carmen Eleonora Ortez Williams, deixe o país. Segundo a chancelaria argentina, o governo atendeu um pedido de Zelaya, porque a embaixadora apoiou o governo de facto de Roberto Micheletti após o golpe de 28 de junho.

"Após o pedido do presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, a chancelaria argentina exigiu que a embaixadora hondurenha em Buenos Aires, Carmen Eleonora Ortez Williams, cesse suas atividades, por causa do apoio público que ela dá ao governo de facto de Roberto Micheletti", diz o comunicado da chancelaria argentina. Na quarta-feira, a presidente chilena Bachelet retirou o reconhecimento ao embaixador de Honduras no Chile, também por causa do apoio do diplomata ao governo de facto.

Na quarta-feira, o ministro de Relações Exteriores chileno, Mariano Fernandez, viajou para Washington para se encontrar com o secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, e com autoridades norte-americanas para discutir a situação em Honduras.

A OEA tenta negociar uma solução para a crise, iniciada com a derrubada de Zelaya, eleito democraticamente, por militares hondurenhos, em um golpe apoiado pelo Judiciário e pelo Parlamento, em 28 de junho.

As esperanças pela solução mediada diminuíram, após o governo do presidente interino Roberto Micheletti rejeitar propostas que teriam permitido a Zelaya retornar ao poder até o fim do mandato, em janeiro de 2010.

Zelaya já tentou voltar à capital hondurenha, Tegucigalpa, por avião e por terra. Foi impedido, porém, por militares em um aeroporto e na fronteira sul com a Nicarágua.

Detenções em Tegucigalpa

A polícia hondurenha deteve na noite de quarta-feira (12) 40 pessoas na Universidade Pedagógica de Tegucigalpa, utilizada como abrigo por centenas de simpatizantes do presidente deposto Manuel Zelaya procedentes do interior do país para protestar contra o governo golpista.

Mais 55 manifestantes foram capturados na região central da capital hondurenha, onde houve choques entre seguidores do líder deposto e a polícia. As forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar um protesto, desencadeando incidentes como uma agressão ao deputado de esquerda Marvin Ponce e atos de vandalismo pela cidade.

No episódio ocorrido na Universidade Pedagógica, a polícia e o exército invadiram o local onde estão abrigadas centenas de pessoas e detiveram 40, disse Orlin Cerrato, comissário da polícia local.Unidades policiais e do exército continuavam dentro da instituição de ensino, prosseguiu ele.

Juan Barahona, da Frente de Resistência contra o Golpe, disse que os estudantes não poderiam mais pernoitar no local por causa da invasão. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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