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Honduras

Zelaya defende direito à insurreição

Zelaya e sua ministra de Relações Exteriores, Patrícia Rodas, em Manágua: insistência pela volta ao poder | Oswaldo Rivas/Reuters
Zelaya e sua ministra de Relações Exteriores, Patrícia Rodas, em Manágua: insistência pela volta ao poder (Foto: Oswaldo Rivas/Reuters)

Cidade da Guatemala - O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, assegurou na noite de ontem, na Cidade da Guatemala, que "o povo hondurenho tem o direito à insurreição" para expulsar o governante interino de Honduras, Roberto Micheletti.

"Não deixem as ruas, que é o único espaço que nos tomaram. O povo tem direito à insurreição, à greve, às manifestações", disse Zelaya em coletiva de imprensa, ao lado do presidente da Guatemala, Álvaro Colón. Zelaya enfatizou que não se rendeu, nem pensa em se render. "Estamos preparando a minha volta, não lhes direi a hora e nem o dia."

"Ninguém deve obediência a um governo usurpador, que toma o poder através das armas. O povo tem o direito à insurreição para se opor às medidas. A insurreição é um processo legítimo que forma parte dos conceitos mais elevados do sentido da democracia", disse o deposto mandatário hondurenho.

Efeito

Ainda não se sabe qual efeito as palavras de Zelaya terão sobre a possível retomada das negociações para resolver o impasse político em Honduras. Mais cedo nesta terça-feira, o mediador da crise, o presidente da Costa Rica, Óscar Arias, disse que as negociações entre Zelaya e Micheletti serão retomadas no sábado em San José, capital da Costa Rica.

Arias também pediu a Zelaya, que foi retirado do cargo por um golpe militar no dia 28 de junho, que seja "paciente".

"Eu entendo o desejo do presidente Zelaya de voltar e retomar o cargo de presidente de Honduras o mais rápido possível, mas minha experiência me diz que a pessoa tem de ter um pouco de paciência", disse Arias, que venceu o prêmio Nobel da Paz em 1987 por seus esforços para encerrar as guerras na América Central. "Não é fácil conseguir resultados em 24 horas."

Zelaya, que é reconhecido como o presidente de Honduras por praticamente todos os governos estrangeiros, está claramente frustrado pelo ritmo vagaroso das negociações. "Estamos dando um ultimato ao regime golpista", disse Zelaya na segunda-feira.

Se o governo interino não concordar em reempossar Zelaya na próxima rodada de negociações, "os esforços de mediação serão considerados fracassados e outras medidas serão tomadas", disse ele, que não revelou quais seriam essa medidas.

Zelaya chegou ontem à Guatemala, onde reuniu-se com o presidente Álvaro Colón.

A administração Micheletti afirma que Zelaya foi deposto legalmente e recusa-se a devolver o cargo a ele, apesar da condenação internacional do golpe.

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