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O presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, afirmou nesta segunda que permanecerá em seu refúgio na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde entrou há 78 dias, enquanto o Brasil permitir. "Eu vou ficar aqui enquanto contar com o apoio do Brasil" disse Zelaya à rádio hondurenha "Globo".

"Eu defendo uma causa: respeitar o direito do povo a eleger seus presidentes. Me tiraram do poder e me defendi em Washington, Europa, América do Sul, América Central e continuarei defendendo minha posição" acrescentou.

Os militares derrubaram Zelaya em 28 de junho, porque o mandatário deposto tentou alterar a Constituição. Com a autorização da promotoria e da Suprema Corte de Justiça, Zelaya foi tirado de casa pelos militares à ponta de fuzil e expulso do país, seguindo para a Costa Rica.

Mas Zelaya voltou a Honduras em segredo em 21 de setembro, refugiando-se na embaixada brasileira com a crença, segundo alguns dos seus partidários, de que a população o retiraria da embaixada e o conduziria ao palácio presidencial, do qual expulsaria o presidente do governo de facto, Roberto Micheletti.

Zelaya sugeriu que poderá conversar com o presidente eleito de Honduras, Porfírio Lobo, líder do opositor Partido Nacional. Lobo assumirá a presidência em janeiro para um mandato de quatro anos. Zelaya e Lobo são amigos de infância e naturais da mesma província de Olancho, no leste hondurenho.

"Não descarto conversar com Pepe (apelido familiar de Lobo) e isso não faria com que perdesse meus valores e princípios. Eu sou um democrata e além disso pacífico", disse Zelaya.

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