Os negociadores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e do governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, retomaram nesta quinta-feira as conversas em busca de uma saída para a crise política do país, no que seria a última tentativa de se chegar a um acordo antes das eleições de novembro.
Pressionados por uma delegação dos Estados Unidos, liderada pelo secretário-adjunto para assuntos do Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, as duas partes rivais aceitaram voltar à mesa de negociações depois que as rodadas anteriores fracassaram.
Honduras está mergulhada em uma crise política desde que os militares retiraram Zelaya do governo no fim de junho, expulsando-o do país por violar a Constituição. Desde então ele tenta voltar à Presidência com o apoio da comunidade internacional.
Mas o governo de facto nega-se a restituí-lo, e o impasse naufragou as rodadas anteriores de conversações.
O secretário-adjunto para assuntos do Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, que lidera a delegação norte-americana, participou das conversas, que podem ser a última oportunidade de um acordo antes das eleições presidenciais de 29 de novembro.
Shannon afirmou, após se reunir por uma hora com negociadores, que a delegação prolongará sua permanência no país até sexta-feira a pedido de ambas as partes.
"Obviamente, temos muita esperança, mas há muito a ser feito. Sem dúvida o tema é difícil", disse o funcionário em declarações em espanhol durante coletiva de imprensa na embaixada dos Estados Unidos.
Shannon e seu grupo se reuniram com os negociadores de ambas as partes, com candidatos à Presidência, com Micheletti e com Zelaya, que está abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde que retornou ilegalmente ao país há mais de um mês.
O diplomata norte-americano retornou ao meio dia ao hotel sede das negociações, onde estavam presentes dezenas de partidários de Zelaya, que foram dispersados com bombas de gás lacrimogênio em meio a um forte esquema de segurança.
A imprensa local informou que outras manifestações ocorreram em vários locais da capital.
A Cruz Vermelha disse ter atendido cinco manifestantes feridos por golpes de cacetetes, mas nenhum com gravidade.