O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os golpistas em Honduras "deveriam dar o lugar a quem tem direito de estar naquele lugar, que é o presidente eleito democraticamente de Honduras (Manuel Zelaya)". "Nós vencemos esse problema na década de 60 (ditadura militar). E nós estamos consolidando a democracia no nosso continente e não podemos aceitar que, por divergências políticas, as pessoas se achem no direito de depor um presidente democraticamente eleito", afirmou. "Ora, se gostam ou não, na eleição se troca. O que não se pode é aceitar o fato de um golpista se achar no direito de ser presidente sem disputar eleições", disse Lula.
As declarações de Lula foram feitas à imprensa internacional esportiva, nesta manhã, em entrevista coletiva que não pôde ter a participação de jornalistas brasileiros. Assessores da Presidência foram encarregados de transmiti-las à imprensa brasileira. Em telefonema na manhã desta terça-feira (22), Lula conversou com Zelaya para "pedir a ele muito cuidado de não permitir nenhum pretexto para que os golpistas resolvam praticar violência". "O país (Honduras) está em estado de sítio, os aeroportos estão fechados. Ele passou uma noite tranquila na Embaixada", narrou Lula, ainda segundo as informações de seus assessores. Zelaya respondeu que está pedindo ao povo para que, se fizer manifestações, que sejam pacíficas.
O presidente brasileiro disse que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, já está em contato com o secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, para ver se pode ir até o país "para tentar ajudar". Na opinião de Lula, foi muito importante a "posição do mundo inteiro, dos Estados Unidos, do Brasil e da OEA em não aceitar golpes". É por esta razão, explicou Lula, que "estamos dando apoio ao presidente Zelaya e gostaríamos que os golpistas se dispusessem a negociar para encontrar uma saída acordada e democrática para Honduras". Zelaya retornou ontem ao país e está abrigado na Embaixada brasileira em Tegucigalpa.
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