Deputados próximos ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, buscavam na quinta-feira convocar uma sessão extraordinária no Congresso para tratar da restituição do líder hondurenho, enquanto centenas de manifestantes chegavam à capital do país para apoiá-lo.

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A jogada dos parlamentares zelayistas, que tentam obter uma maioria simples para fazer a convocação, ocorre um dia depois de uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) pedir a aceleração da confirmação de um governo de unidade nacional contemplado em um acordo firmado por representantes de Zelaya e o governo de facto.

Zelaya foi deposto em 28 de junho e expulso de Honduras por militares. Após o golpe, um governo de facto liderado pelo empresário Roberto Micheletti foi designado pelo Congresso, intensificando a pior crise política da América Central em duas décadas e dividindo o país.

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Depois de meses de negociações para voltar ao poder com o apoio da comunidade internacional, Zelaya e o governo de facto concordaram na semana passada em formar um governo de unidade nacional. Decidiram também que o Congresso daria a palavra final sobre se o mandatário deposto deveria retornar à Presidência.

Embora o prazo para formar o governo de unidade nacional vença nesta quinta-feira, o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, chefe da missão da OEA, reconheceu que poderia levar um pouco mais de tempo para cumprir esse ponto do compromisso.

As negociações políticas ocorriam enquanto simpatizantes zelayistas se dirigiam ao centro de Tegucigalpa a fim de pressionar pela restituição do presidente deposto, que espera a decisão sobre seu futuro refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Durante a madrugada, uma granada explodiu numa rádio que apóia o governo de facto, causando ferimentos leves em um funcionário e danos materiais.

Enquanto isso, o Congresso hondurenho aguarda a opinião da Corte Suprema e do Ministério Público antes de decidir sobre a restituição do mandatário.

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Em Washington, Ian Kelly, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, insistiu que a solução da crise política, incluindo a restituição de Zelaya, está agora nas mãos dos hondurenhos.

Zelaya alertou que se não for restituído esta semana a comunidade internacional não reconhecerá as eleições, que foram convocadas antes de ele ser deposto.

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