Presidente ucraniano Volodimir Zelenski em visita à Espanha, no final de maio de 2024| Foto: Chema Moya / Agência EFE
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Em entrevista a um grupo de jornalistas da América Latina, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, manifestou inconformidade com a posição do governo brasileiro em relação ao conflito com a Rússia.

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“Não entendo, não entendo. Diga: por acaso, presidente Lula, por acaso não quer ter essa aliança? Por acaso o Brasil está mais alinhado com a Rússia do que com a Ucrânia? A Rússia nos atacou. O Brasil tem de estar do nosso lado e dar um ultimato ao agressor... Por que temos de voltar a repetir estas coisas? Pela memória histórica? Por temas econômicos? A economia é importante até que chega uma guerra, e quando a guerra chega os valores mudam. Pesam mais as crianças, a família, a vida, só depois o comércio com a Federação Russa", disse o líder ucraniano, citado em reportagem dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, que participaram da conferência de imprensa em Kiev nesta quinta-feira (30/05).

Zelenski se mostrou particularmente contrariado pela decisão do governo brasileiro de não enviar representantes de alto escalão à cúpula de paz organizada pela Suíça, que acontece na segunda quinzena de junho, para qual foram convidados 160 países.

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Governo Lula exige presença de negociadores russos

O governo Lula tem insistido que qualquer negociação sobre o conflito deve ter a presença de Moscou, e isso foi repetido na semana passada, quando o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, se reuniu com autoridades chinesas em Pequim para articular “uma solução política para a crise na Ucrânia e a desescalada da situação”.

“Por quê?, se somos nós os atacados? Por que o Brasil e a China pensam primeiro nos russos e depois em nós? Como podem dar vantagem aos países que atentam contra outros e priorizar essa aliança com o verdadeiro agressor?”, reagiu Zelenski. "A Rússia hoje é um país terrorista", sublinhou, acrescentando que a Ucrânia não espera que todos os países ajudem enviando armas, mas, pelo menos, com apoio diplomático. “Quem pode apoia com armas, e quem não, com suas vozes. Suas vozes são suas armas, precisamos delas para dar um fim à guerra”, insistiu.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]