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Invasão russa

Zelensky aborda com Macron possível envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia

O presidente da França, Emmanuel Macron, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Palácio do Eliseu em Paris (Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON)

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversou com seu homólogo da França, Emmanuel Macron, sobre a possibilidade de enviar tropas de países aliados para território ucraniano como uma medida para forçar a Rússia a encerrar sua agressão.

“Também falamos da mobilização de contingentes de países aliados e do treinamento de nossas tropas”, disse Zelensky em seu discurso à nação na noite desta segunda-feira (13), no qual também explicou que discutiu com Macron o financiamento da aquisição de munições para a Ucrânia por parte dos parceiros de Kiev.

Zelensky já reivindicou o envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia como uma medida para forçar a Rússia a sentar-se e negociar uma paz aceitável para Kiev durante a reunião de cúpula do Grupo de Contato para a Defesa da Ucrânia, que reúne os parceiros militares do país, realizada na semana passada.

O presidente ucraniano não deu mais detalhes sobre as condições sob as quais essa mobilização ocorreria, o que, segundo ele, é visto com bons olhos por alguns aliados.

No ano passado, o próprio Macron levantou a possibilidade de enviar tropas francesas à Ucrânia para ajudar a conter o avanço russo se as forças do Kremlin atravessassem a frente e se aproximassem de Odessa ou Kiev.

A ideia, que não se materializou, foi bem recebida em Kiev e rejeitada pela maioria dos países europeus.

Durante a conversa desta segunda-feira, Macron mais uma vez garantiu a Zelensky o apoio francês diante da agressão russa.

O Ministério da Defesa da Rússia informou nesta terça-feira (14) que as Forças Armadas da Ucrânia atacaram alvos na região fronteiriça russa de Bryansk na última noite com seis mísseis ATACMS americanos de longo alcance e seis mísseis britânicos Storm Shadow.

"Ontem à noite, foi feita uma tentativa de lançar um ataque com mísseis contra alvos na região de Bryansk a partir do território da Ucrânia usando seis mísseis ATACMS de fabricação americana, seis mísseis de cruzeiro Storm Shadow de fabricação britânica e 31 veículos aéreos não tripulados", detalhou o comunicado militar, no qual Moscou promete responder ao ataque de Kiev.

Em novembro do ano passado, a Rússia respondeu ao primeiro ataque com ATACMS em seu território disparando seu novo míssil balístico hipersônico Oreshnik contra uma fábrica militar na Ucrânia.

Este foi o primeiro e até agora único uso do Oreshnik em condições de combate, embora ataques de mísseis ocidentais em território russo tenham sido repetidos em diversas ocasiões.

Rússia diz que espera "iniciativas concretas" de Trump para acordo

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta terça-feira (14) que espera "iniciativas concretas" para resolver o conflito na Ucrânia por parte do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, quando este assumir o poder na Casa Branca em uma semana.

"Esperamos iniciativas concretas", disse Lavrov em uma entrevista coletiva, na qual delineou os marcos da diplomacia russa em 2024 e os desafios para o próximo ano.

Nesse sentido, lembrou que "o presidente [ditador] Putin disse repetidamente que está disposto a se reunir, mas não recebemos nenhuma proposta até agora".

"Acho que deveríamos nos reunir, mas antes é preciso assumir o cargo", comentou, acrescentando que Moscou estudaria a posição do novo governo dos EUA assim que se tornasse pública.

Ao mesmo tempo, observou que a equipe de Trump tem se referido nos últimos meses à "realidade no terreno", em alusão aos ganhos territoriais da Rússia na Ucrânia, e que o próprio presidente eleito se referiu à reaproximação da Ucrânia com a Otan como o gatilho do conflito atual.

"E Trump disse isso. Pela primeira vez, dos lábios não apenas de um líder americano, mas dos lábios de um líder ocidental, houve admissões honestas de que a Otan mentiu quando assinou vários documentos", alegou.

De qualquer forma, disse que seu país está pronto para negociar garantias de segurança para a Ucrânia, mas a prioridade em futuras negociações com os EUA será a criação de uma "nova arquitetura de segurança" em todo o continente eurasiático.

Lavrov enfatizou que, antes de tudo, as ameaças à segurança da Federação Russa no flanco ocidental devem ser "eliminadas", referindo-se à expansão da Otan.

Conteúdo editado por: Isabella de Paula

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