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O chanceler alemão Olaf Scholz se defendeu de críticas do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após ter realizado uma ligação telefônica ao ditador russo, Vladimir Putin, na última sexta-feira. Apesar de reiterar suas intenções de mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia, Scholz disse que sua conversa com Putin não trouxe nenhuma indicação de que o déspota irá recuar nos avanços em solo ucraniano.
A chamada durou cerca de uma hora. Esta foi a primeira interação entre os dois líderes em quase dois anos. Críticos do governo de Scholz, tanto à esquerda quanto à direita, pediam que o chanceler abrisse negociações com o ditador russo, segundo informações divulgadas pela Reuters. "Era importante dizer que ele [Putin] não contará com o apoio da Alemanha, da Europa e de muitos outros países pelo mundo", afirmou o chanceler em entrevista a veículos locais. "A conversa foi muito detalhada, mas contribuiu para reconhecer que pouco mudou nas opiniões do presidente russo sobre a guerra - e isso não é uma boa notícia", acrescentou.
No sábado, Zelensky, criticou Scholz pela ligação telefônica, que considerou como um “ato perigoso” para o Ocidente. “O chanceler Scholz me disse que planejava ligar para Putin. Sua ligação, em minha opinião, abre uma caixa de Pandora. Agora pode haver outras conversas e ligações telefônicas. São meras palavras”, disse ele em seu tradicional discurso à população ucraniana.
“E isso é exatamente o que Putin vem buscando há muito tempo. É essencial para ele enfraquecer seu isolamento, bem como o isolamento da Rússia, e ter meras conversas que não levarão a lugar algum. Ele vem fazendo isso há décadas”, enfatizou Zelensky.
Ainda sobre o conflito, Scholz criticou o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse durante campanha que entregaria um “rápido fim” ao conflito na Europa. "Na minha opinião, não seria uma boa ideia se houvesse conversas entre os presidentes americano e russo sem que um líder de um importante país europeu estivesse também fazendo o mesmo", finalizou.