O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse nesta quinta-feira (20) em Kiev que não é possível prever quando a guerra na Ucrânia vai acabar, mas que a aliança militar vai continuar a apoiar o país “enquanto for necessário” e que ele tem o “direito” de ser membro dela.
“Não sabemos quando esta guerra vai terminar, mas sabemos que a agressão russa segue um padrão tóxico que deve ser interrompido”, declarou Stoltenberg em uma entrevista coletiva ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Foi a primeira visita do secretário-geral da OTAN à Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
De acordo com ele, os países da aliança forneceram 65 bilhões de euros em ajuda militar à Ucrânia desde que a invasão começou e agora estão fornecendo “mais caças, tanques e veículos blindados”.
“A Ucrânia tem direito a um lugar na família euroatlântica. A Ucrânia tem o direito a um lugar na OTAN. E nosso apoio o ajudará a tornar isso possível com o tempo”, enfatizou.
Stoltenberg afirmou que, durante sua reunião com Zelensky, ele discutiu uma “iniciativa de apoio de vários anos” que ajudará a Ucrânia a fazer a transição do equipamento militar e das doutrinas da era soviética para as normas ocidentais e garantirá a interoperabilidade com a OTAN em termos militares.
Em relação à próxima cúpula da aliança, marcada para os dias 11 e 12 de julho, o secretário-geral disse que a questão da integração da Ucrânia à OTAN e as garantias de segurança dos membros estarão no topo da agenda.
Zelensky, por sua vez, expressou a expectativa de que durante a cúpula em Vilnius, que, segundo ele, será um “evento histórico”, medidas “específicas e concretas” serão anunciadas sobre o futuro da Ucrânia na OTAN, algo para o qual não existe “nenhuma barreira objetiva” que o impeça, argumentou.
“Precisamos de algo melhor do que o formato atual das relações”, disse. “Seremos um membro da aliança”, enfatizou, além de pedir que a OTAN estenda as garantias de segurança “até que isso aconteça”.
No início de abril, a Finlândia abriu mão de décadas de neutralidade e ingressou na OTAN. Outro país historicamente neutro, a Suécia, também pleiteia a entrada na aliança, mas sofre resistência da Turquia, que alega que o país nórdico se negou a extraditar terroristas curdos.