Ouça este conteúdo
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convidou seu ex-homólogo americano Donald Trump (2017-2021) para visitar o país para que possa lhe “explicar” a guerra contra a Rússia, iniciada com a invasão das tropas russas em fevereiro do ano passado.
Em entrevista à emissora americana NBC, que foi ao ar no domingo (5), Zelensky questionou a afirmação que Trump fez em maio de que, se fosse presidente novamente, resolveria a guerra “em 24 horas”.
“Se ele puder vir aqui, precisarei de 24 minutos, sim, 24 minutos, para explicar ao presidente Trump que ele não conseguiria resolver esta guerra. Ele não poderia trazer a paz por causa do [Vladimir] Putin”, disse Zelensky, que mencionou a visita do atual presidente americano, Joe Biden, à Ucrânia em fevereiro.
“Acho que ele entendeu alguns detalhes que você só pode entender estando aqui. Então, [também] convido o presidente Trump”, afirmou o ucraniano.
Assim como grande parte do Partido Republicano, Trump tem se manifestado contra novos pacotes de ajuda militar à Ucrânia.
Em julho, quando os Estados Unidos anunciaram o fornecimento de bombas de fragmentação ao país invadido, Trump criticou a medida e disse que os americanos não deveriam enviar “as nossas últimas reservas em uma altura em que os nossos próprios arsenais estão perigosamente reduzidos”.
“Temos de acabar com esta loucura, pôr fim imediato ao derramamento de sangue na Ucrânia e voltar a nos concentrar nos interesses vitais dos Estados Unidos”, afirmou Trump.
Além dos US$ 44 bilhões de ajuda militar que já enviou desde o início do conflito, o governo Biden propôs um pacote orçamentário suplementar de US$ 106 bilhões, com US$ 61,4 bilhões de ajuda para a Ucrânia e US$ 14,3 bilhões para Israel, a ser aprovado no Congresso americano.
Entretanto, na quinta-feira passada (2), a Câmara, onde os republicanos têm uma pequena maioria, aprovou um projeto da oposição para destinar recursos apenas para Israel, com dinheiro que viria de cortes na Receita Federal americana.
A proposta tem poucas chances de passar no Senado, onde os democratas têm pequena maioria, e Biden já adiantou que, caso a lei chegue à sua mesa, vetará o texto.