Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky| Foto: EFE/EPA/OLIVIER HOSLET
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky criticou a ligação do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, para o ditador da Rússia, Vladimir Putin, por considerar que abriu uma “caixa de Pandora”.

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“O chanceler Scholz me disse que planejava ligar para Putin. Sua ligação, em minha opinião, abre uma caixa de Pandora. Agora pode haver outras conversas e ligações telefônicas. São meras palavras”, disse ele em seu tradicional discurso noturno para a população.

“E isso é exatamente o que Putin vem buscando há muito tempo. É essencial para ele enfraquecer seu isolamento, bem como o isolamento da Rússia, e ter meras conversas que não levarão a lugar algum. Ele vem fazendo isso há décadas”, enfatizou Zelensky.

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O presidente ucraniano argumentou que isso permitiu que a Rússia evitasse qualquer mudança em suas políticas, “o que acabou levando a essa guerra”. “Entendemos todos os desafios atuais e sabemos o que precisa ser feito. E queremos deixar claro: não haverá “Minsk-3”, disse Zelensky, referindo-se aos dois Acordos de Minsk negociados à época com a Rússia para encerrar o conflito no leste da Ucrânia, que começou em 2014.

O conflito entre rebeldes pró-russos apoiados pelo Kremlin e as forças ucranianas no Donbas foi apenas congelado até se transformar em uma guerra em grande escala em 2022, há quase mil dias.

“Precisamos de uma paz verdadeira”, insistiu o presidente ucraniano.

Scholz falou com Putin na última sexta-feira, pela primeira vez desde dezembro de 2022, a quem enfatizou por telefone que “nenhum dos objetivos de guerra da Rússia” havia sido alcançado e pediu “prontidão para se envolver em negociações sérias com a Ucrânia com o objetivo de alcançar uma paz justa e duradoura”.

O chanceler alemão pediu a Putin que “ponha fim à guerra de agressão contra a Ucrânia e retire as tropas”. Putin, no entanto, insistiu que está disposto a negociar a paz, mas em suas condições. “A proposta da Rússia é bem conhecida. Os possíveis acordos devem levar em conta os interesses de segurança da Federação Russa, partir da realidade local e, o mais importante, erradicar as causas fundamentais do conflito”, disse Putin a Scholz.

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