O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou neste sábado (23) o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, por permitir que a declaração da recente cúpula do G20, para a qual ele não foi convidado, fosse “fraca” sobre a guerra na Ucrânia e nem mesmo mencionasse a Rússia.
O comunicado do G20 “mostrou uma posição fraca”, disse Zelensky durante a 3ª Conferência Internacional sobre Segurança Alimentar “Grão da Ucrânia”, de acordo com o portal Ukrinform.
“E houve uma situação muito difícil, bastante escandalosa. Infelizmente, o líder do Brasil se mostrou no lado fraco em relação a essa guerra”, lamentou o presidente ucraniano, que, no entanto, observou que "uma vez nos Estados Unidos", os dois "tiveram um bom diálogo".
“O Brasil é um grande país, eu sei que a maioria das pessoas apoia a Ucrânia. Quero agradecer a eles por isso. Infelizmente, a (cúpula) do G20 ocorreu com um apoio muito fraco à Ucrânia. E como o povo do Brasil nos apoia, não quero mentir para vocês. Quero ser bem direto: se quisermos relações normais entre nossas nações, então, provavelmente, devemos apoiar as pessoas em primeiro lugar, e não os agressores, os líderes da agressão no mundo, como (o ditador russo Vladimir) Putin”, disse Zelensky.
O líder ucraniano argumentou que o Brasil não poderia mediar a paz na Ucrânia porque mostrou que não quer confrontar Putin.
“Não pode haver mediação do Brasil nesse caso, porque o Brasil não mostrou sua voz durante o G20 em relação à agressão de Putin e da Rússia. Não soou forte. E essa fraqueza permite que Putin, durante esses eventos globais, quando o G20 se reúne, ataque com novos mísseis depois que (o chanceler alemão Olaf) Scholz ligou para ele. Acho que se houver declarações fortes, apelos fortes, medidas fortes, Putin não se comportará dessa forma”, argumentou o governante ucraniano.
O G20 destacou “o sofrimento humano e o impacto negativo adicional da guerra na segurança global de alimentos e energia, nas cadeias de suprimentos, na estabilidade macrofinanceira, na inflação e no crescimento”.
Também afirmou que “a resolução pacífica de conflitos e os esforços para enfrentar crises, bem como a diplomacia e o diálogo, são essenciais, e somente com a paz alcançaremos a sustentabilidade e a prosperidade".
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