Presidente da Ucrânia justificou que o sistema de recrutamento deve ser liderado por pessoas que saibam realmente o que é a guerra| Foto: Sergey Dolzhenko/EFE
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Nesta sexta-feira (11), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou a demissão imediata de todos os gerentes regionais de recrutamento do país, em resposta a um aumento alarmante nos casos de corrupção que atingiram esses centros.

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A medida foi anunciada durante uma reunião do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, presidida pelo próprio Zelensky, e será implementada pelo comandante-em-chefe das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaluzhny.

Em uma mensagem transmitida através de seu canal no Telegram, Zelensky enfatizou a importância de administrar esse sistema com integridade, especialmente durante tempos de guerra.

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"O sistema deveria ser administrado por pessoas que sabem exatamente o que é a guerra e por que o cinismo e o suborno em tempos de guerra são constitutivos de traição", afirmou.

De acordo com as informações divulgadas, há atualmente processos por corrupção em andamento contra 112 oficiais ligados aos centros de recrutamento, enquanto outros 33 estão sob suspeita.

Zelensky ressaltou que a corrupção nos centros de recrutamento assumiu diferentes formas, desde a aceitação de dinheiro até criptomoedas, mas o cerne do problema é o mesmo: o comprometimento moral e ético.

Em um vídeo transmitido também pelo Telegram, o presidente ucraniano denunciou os atos de corrupção que ocorreram nos centros de recrutamento e prometeu que todos os envolvidos enfrentarão consequências legais.

"O cinismo é o mesmo em todos os lugares [...]. Aqueles que aceitaram subornos devem assumir total responsabilidade perante a Justiça", declarou.

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Zelensky anunciou ainda que a gestão dos gabinetes de recrutamento será reformulada no futuro, com a responsabilidade confiada a "soldados que passaram pela frente de batalha ou que não podem estar nas trincheiras porque perderam a saúde, perderam os membros, mas preservaram a dignidade". Além disso, os futuros nomeados para esses cargos serão submetidos a investigações pelos serviços de segurança ucranianos para garantir sua idoneidade.

Nos últimos meses, uma série de casos de corrupção veio à tona, revelando que responsáveis pelos centros de recrutamento haviam adquirido propriedades de luxo e outros bens com dinheiro de propinas pagas por pessoas que buscavam evitar o serviço militar obrigatório.

O vice-ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksandr Pavluk, disse em 26 de julho que uma equipe especial que investiga essas instituições - criada em junho por ordem de Zelensky - recebeu mais de 2,3 mil denúncias por vários tipos de irregularidades nesses centros de recrutamento. (Com Agência EFE)

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]