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Crise no leste europeu

Zelensky denuncia captura de missão humanitária e “negociações escandalosas”

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Foto: EFE/EPA/SERGEY DOLZHENKO)

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou nesta quarta-feira (23) que os invasores russos capturaram ontem uma coluna humanitária que se dirigia a Mariupol, onde cerca de 100 mil pessoas vivem em condições "subumanas", e afirmou que seus representantes estão avançando em negociações difíceis, às vezes "escandalosas".

Zelensky falou em um vídeo divulgado pela presidência ucraniana no qual se concentrou especialmente na situação em Mariupol, no sudeste do país, onde disse que "há cerca de 100 mil pessoas na cidade em condições subumanas, em um bloqueio completo, sem comida, sem água, sem remédios, sob constante bombardeio".

O presidente ucraniano acrescentou que há mais de uma semana tenta-se organizar corredores humanitários estáveis para os moradores de Mariupol, mas quase todas as tentativas são "frustradas pelos ocupantes russos por meio de bombardeios ou terror deliberado".

Além disso, denunciou que nesta terça-feira uma das colunas humanitárias foi "capturada pelos ocupantes na rota acordada perto de Mangush".

Apesar de tudo, ressaltou que nesta terça-feira foram resgatados 7.266 moradores de Mariupol.

Zelensky também afirmou que seus representantes estão tentando chegar a um acordo sobre corredores humanitários nas regiões de Kiev, Kharkiv, Zaporizhia e Luhansk.

Nesse sentido, anunciou que foi criada uma ferramenta online para todos aqueles que querem ajudar com itens humanitários para a Ucrânia, "help.gov.ua", e informou que nas últimas duas semanas seu país recebeu mais de 100.000 toneladas de ajuda humanitária.

Nesse site é possível saber como comprar, enviar e para quem direcionar a ajuda humanitária, detalhou.

Em relação às negociações, Zelensky declarou que seus representantes "continuam pressionando a Rússia pela paz".

"Representantes ucranianos estão trabalhando nas negociações, que continuam quase diariamente. É muito difícil. Às vezes escandaloso. Mas passo a passo estamos avançando", destacou.

Por sua parte, o chefe do gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, disse em videoconferência no Royal Institute of International Affairs Chatham House, do Reino Unido, que a Ucrânia espera que os acordos "prevejam principalmente um cessar-fogo, o recuo das tropas russas ao território de 23 de fevereiro de 2022, bem como consultas e conversas sobre outras questões sobre o retorno de nossos territórios".

Em comunicado divulgado pela presidência ucraniana, Yermak também enfatizou que tais acordos com a Rússia "deveriam prever a construção de um novo sistema de segurança para a Ucrânia".

"Estamos prontos para falar sobre qualquer problema (...) Tanto a questão de Donbas quanto a questão da Crimeia. E acima de tudo a questão de acabar com a guerra e retirar as tropas russas do território ucraniano. Tudo isso deve ser um tema de conversa. Em primeiro lugar, uma conversa entre o presidente da Ucrânia e o presidente da Rússia", frisou o chefe do gabinete de Zelensky.

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