O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um discurso na tarde desta terça-feira (19) no debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas no qual fez novamente declarações contundentes contra a Rússia.
Zelensky acusou o país de Vladimir Putin de utilizar neste momento itens essenciais para os mercados globais como alimentos e energia como armas “não apenas contra a Ucrânia, mas contra todos os países”.
“Desde o início da guerra em grande escala, os portos ucranianos foram bloqueados pela Rússia”, disse ele. “Nossos portos no rio Danúbio continuam sendo alvo de mísseis e drones”, completou.
Ainda em seu discurso, o presidente ucraniano condenou veementemente a posse de armas nucleares pela Rússia. Ele enfatizou que, no século 20, a comunidade internacional aprendeu a importância de evitar o uso de armas de destruição em massa e promover o desarmamento nuclear por completo.
Zelensky ressaltou que a Rússia “não tem o direito de possuir armas nucleares” e que essa questão afeta não apenas a Ucrânia, “mas todos os países”.
Ele também denunciou que crianças ucranianas continuam sendo levadas para a Rússia contra suas vontades e citou o mandado de prisão da corte internacional contra Putin.
"Conhecemos os nomes de milhares de crianças e temos provas de milhares de outras pessoas raptadas pela Rússia nos territórios ocupados da Ucrânia”, afirmou Zelensky .
“O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão para esses crimes, e estamos tentando trazer as crianças de volta para casa. No entanto, o tempo está passando. O que acontecerá com elas?", questionou o presidente.
Zelenskiy afirmou que as crianças que estão sendo levadas contra suas vontades para a Rússia estão sendo ensinadas a odiar a Ucrânia e que “todos os laços com as suas famílias estão sendo rompidos”.
Ele classificou esse processo como um “genocídio”.
Zelensky reiterou a necessidade de conter a guerra em seu país e pediu o fim da invasão russa, que, segundo ele, já “resultou em perdas significativas de vidas”.
O presidente ucraniano anunciou ainda que revelaria mais informações sobre seu plano de paz para a região que será “centrado na preservação da soberania nacional e integridade territorial” durante uma sessão especial do Conselho de Segurança agendada para esta quarta-feira (20).
Ele também declarou que convidaria todos os líderes mundiais que se opõem a “qualquer forma de agressão para uma cúpula de paz” que pode ocorrer ainda este ano, embora não tenha especificado a data ou local dessa reunião.
Após o discurso, Zelensky foi aplaudido de pé por cerca de 30 segundos pelos líderes mundiais presentes.