O enviado do papa Francisco à Ucrânia para mediar a paz com a Rússia, o cardeal Matteo Zuppi, se reuniu nesta terça-feira (6) em Kiev com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que reafirmou que não aceitará nenhum fim das hostilidades que não inclua uma retirada russa de territórios de seu país.
“O inimigo se aproveitaria de uma pausa para fortalecer suas capacidades e lançar outra ofensiva”, disse Zelensky na reunião com Zuppi, a quem advertiu que um cessar-fogo da forma como está o conflito provocaria “uma nova onda de crime e terrorismo” por parte da Rússia.
Zelensky insistiu com o mediador do Vaticano que “a Rússia deve se retirar com todas as suas tropas das fronteiras ucranianas reconhecidas internacionalmente”, de acordo com um comunicado sobre a reunião divulgado pelo gabinete presidencial ucraniano.
Na reunião, Zelensky também atribuiu à Rússia a destruição da barragem da usina hidrelétrica de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, que causou uma catástrofe natural e humanitária na área e está forçando a evacuação de milhares de pessoas. O Kremlin, por sua vez, culpa os ucranianos.
“Esse crime representa enormes ameaças e terá sérias consequências para a vida das pessoas e para o meio ambiente”, disse Zelensky, que também discutiu a situação humanitária na Ucrânia com Zuppi.
De acordo com o escritório presidencial ucraniano, Zuppi transmitiu a Zelensky a solidariedade do papa Francisco com o povo ucraniano e sua prontidão em buscar meios para a libertação dos prisioneiros de guerra ucranianos, o retorno das crianças deportadas pela Rússia e “a restauração da justiça”.
Zelensky e Zuppi debateram, ainda, a implementação da chamada Fórmula de Paz Ucraniana, um roteiro para a paz apresentado por Kiev que torna a retirada total da Rússia dos territórios ucranianos uma condição para a paz.
“Felicitamos a disposição de outros países e aliados de buscar caminhos para a paz, mas como a guerra ainda está ocorrendo em território ucraniano, o algoritmo para a paz só pode ser ucraniano”, concluiu Zelensky. Zuppi chegou a Kiev na segunda-feira (5) para uma visita de dois dias.
Em maio, quando visitou Francisco no Vaticano, na sua primeira conversa presencial com o papa desde o início da guerra, Zelensky já havia afirmado que a fórmula ucraniana seria a única capaz de gerar paz “justa”.
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