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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira (24) ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que seu país tem “provas” de que a Rússia está se preparando para atacar três usinas nucleares ucranianas.
“Eles estão se preparando para atacar nossas usinas nucleares, três delas. Temos essa informação e temos provas. Se a Rússia está pronta para ir tão longe, isso significa que nada do que vocês [membros do Conselho] valorizam importa para Moscou”, alertou.
O presidente ucraniano criticou o “cinismo” da Rússia e disse que a união é fundamental para alcançar a paz e evitar a criação de uma divisão em blocos de países.
“A Rússia não tem nenhuma razão legítima, nenhuma mesmo, para tornar o Irã e a Coreia do Norte cúmplices de fato em sua guerra criminosa na Europa com suas armas, matando ucranianos e ajudando [o ditador russo, Vladimir) Putin a roubar nossa terra de nosso povo”, declarou.
Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que a questão agora é como os membros do Conselho podem acabar com a guerra declarada de Putin e reforçar as normas e os direitos internacionais.
“Primeiro, devemos abordar a crescente cooperação da Rússia com a Coreia do Norte e o Irã. O Irã tem fornecido drones armados para o Kremlin desde 2022”, ressaltou.
“Alguns se perguntam como os Estados Unidos, ou qualquer outro país que esteja ajudando a Ucrânia a se defender, podem criticar países por fornecerem apoio militar à Rússia. Há uma profunda diferença. A Rússia é o agressor. A Ucrânia é a vítima. A Rússia está lutando pela conquista. A Ucrânia está lutando pela sobrevivência”, acrescentou Blinken.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que, embora o conflito complete três anos em fevereiro do próximo ano e "as perspectivas de paz possam parecer distantes", ele se sente "inspirado pelos crescentes apelos por diálogo".
A Ucrânia foi o foco principal das semanas anteriores de Alto Nível da ONU, mas, nesta edição, a atenção está voltada para as tensões no Oriente Médio.
No entanto, Josep Borrell, alto representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, disse à EFE nesta terça-feira que acredita que “a questão da Ucrânia é muito importante na agenda, assim como a questão de Gaza ou do Líbano no momento”.