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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a criticar o plano de paz apresentado por Brasil e China para encerrar a guerra deflagrada após a invasão russa. Segundo Zelensky, a proposta apresentada pelos dois países tem “generalização” e não tem nada de “concreto”.
“Não acredito que seja um plano concreto, porque não vejo quaisquer ações ou fases específicas, apenas uma certa generalização de procedimentos. Uma generalização esconde sempre alguma coisa”, disse Zelensky, nesta sexta-feira (20).
Zelensky também falou sobre o avanço das tropas russas no leste ucraniano e disse que o apoio militar dos aliados “acelerou” no início deste mês.
O atraso na ajuda dos aliados levou o exército ucraniano a ficar sem armas e munições no começo do ano.
Ucrânia ainda não tem autorização para usar mísseis contra a Rússia
Apesar de se dizer satisfeito com o aceleramento do apoio dos aliados, o presidente ucraniano informou que ainda não recebeu “autorização” dos Estados Unidos e do Reino Unido para utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia.
Zelensky deverá ir aos Estados Unidos na próxima semana para se encontrar com o presidente Joe Biden e com a vice-presidente, Kamala Harris.
Questionado por jornalistas como pretende fazer para que Biden mude de opinião sobre o uso de mísseis contra a Rússia, Zelensky disse que o presidente já “mudou de opinião” no passado.
"Biden pode fortalecer a Ucrânia e tomar decisões importantes para que a Ucrânia se torne mais forte e proteja sua independência enquanto for presidente dos EUA. Acho que é uma missão histórica, afinal”, afirmou Zelensky.
Plano de paz do Brasil e da China
O plano de paz criado pelo Brasil e pela China foi anunciado em maio deste ano pelo assessor internacional do presidente Lula, Celso Amorim.
Segundo analistas internacionais, na prática, esse acordo com o Brasil faz parte de uma série de ações coordenadas entre Moscou e Pequim para enfraquecer ou inviabilizar a Cúpula da Paz, um esforço diplomático mundial liderado pelo Ocidente para tentar encerrar a guerra.
Durante a passagem pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o Brasil e a China vão buscar apoio de outros países para a Proposta.