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O presidente ucraniano informou que há possibilidade de acordo bilateral para encerrar a guerra, mas a Rússia afirma ter dominado Mariupol e quer rendição. dos soldados remanescentes
O presidente ucraniano informou que há possibilidade de acordo bilateral para encerrar a guerra, mas a Rússia afirma ter dominado Mariupol e quer rendição dos soldados remanescentes.| Foto: EFE/EPA/OLEG PETRASYUK

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou neste sábado (16) que o documento que encerrará a guerra com a Rússia pode conter um acordo sobre garantias de segurança para a Ucrânia e outro bilateral de Kiev com Moscou, segundo a agência de notícias ucraniana "Ukrinform".

"Acho que podem ser dois documentos diferentes: garantias de segurança dos países que estão prontos para dar essas garantias de segurança e um documento separado com a Rússia", disse o chefe de Estado em entrevista à mídia ucraniana, respondendo a uma pergunta sobre o documento para acabar com a guerra.

Zelensky afirmou que a Rússia gostaria de ter um acordo que abrangesse todas as questões, mas que, segundo ele, nem todos os países que poderiam ser garantidores de segurança se veem na mesma mesa com a Federação Russa, acrescenta a agência ucraniana.

"Para eles, as garantias de segurança para a Ucrânia são uma questão e os acordos com a Rússia são outra questão. A Rússia quer que tudo esteja em um documento, e as pessoas dizem: 'Desculpa, vimos o que aconteceu em Bucha'. As circunstâncias estão mudando, estão mudando acordos futuros, a porcentagem de possibilidades de acordos dessas etapas está mudando, por causa dessas violações. Todo mundo vê isso e quer cada vez menos ter acordos com a Rússia e, ao mesmo tempo, querem ter acordos com a Ucrânia", disse Zelensky, segundo a fonte.

O presidente também afirmou que a questão da compensação da Rússia pelas perdas de guerra da Ucrânia deve ser resolvida de maneira legal. Zelensky advertiu, no entanto, que a escalada da agressão russa e o cometimento de crimes de guerra reduzem a possibilidade de negociações.

O mandatário ucraniano citou casos como os de Borodyanka e Mariupol para afirmar que se ataques como esses continuarem "não haverá chance de que as negociações realmente aconteçam" e podem acabar com qualquer formato de diálogo.

Além disso, ele lembrou que a Ucrânia "constantemente" ofereceu uma reunião entre os líderes dos dois países durante a guerra, mas o lado russo insiste em organizar tal encontro apenas quando os acordos finais forem alcançados em todos os pontos.

"Sou a favor de uma reunião mais rápida com a Rússia. Não acho que será uma reunião. Não acho que possamos nos encontrar uma vez e concordar em tudo, porque há muitos problemas", disse Zelensky, de acordo com a "Ukrinform".

Ele mencionou que a questão da resolução do estatuto dos territórios ocupados de Donbas e Crimeia, anexados pela Rússia em 2014, continua em aberto, uma vez que Ucrânia e Rússia têm diferentes interpretações sobre a soberania desses territórios.

"Eles querem resolver os assuntos diplomaticamente quando há uma guerra. Isso é muito difícil. E é por isso que eles querem tirar um pouco do nosso território, ocupar mais para pressionar", disse.

As complexas negociações entre a Rússia e a Ucrânia, que começaram em 28 de fevereiro - quatro dias após o início da guerra -, pararam após várias rodadas de reuniões presenciais e virtuais.

Em meio aos esforços por uma saída negociada, o Ministério da Defesa russo anunciou neste sábado (16) um novo ultimato em Mariupol. De acordo com informações da Agência Reuters, o ministério russo sustenta que toda a área urbana de Mariupol está dominada pelo exército de Putin e os remanescentes do grupo ucraniano estão completamente bloqueados no território da usina metalúrgica Azovstal.

"A única chance de eles salvarem suas vidas é abaixar voluntariamente suas armas e se render", diz um comunicado da pasta russa.

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