O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deu entrevista nesta quinta-feira sobre a queda do avião que matou o líder mercenário Yevgeny Prigozhin| Foto: EFE/EPA/SERGEY DOLZHENKO
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se manifestou na manhã desta quinta-feira (24) sobre a queda de um avião na Rússia, que matou o líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, de acordo com informações da agência russa de aviação. Ele estava entre os dez passageiros que seguiam em um jato particular de Sheremetyevo para São Petersburgo.

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Em sua fala, o chefe de Estado ucraniano negou envolvimento no caso e ainda sugeriu que se trata de um ataque do governo russo contra Prigozhin, que se tornou um inimigo de Putin após um levante paramilitar sem sucesso, em junho deste ano.

"Não tivemos nada a ver com a queda do avião nessa quarta-feira em Tver, na Rússia. Todos sabem quem está envolvido nisso", disse o presidente à agência Interfax.

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Ainda, Zelensky afirmou que, apesar de não ter envolvimento no caso, considera a morte do líder mercenário positiva para seu país. "É claro que é uma coisa boa para a Ucrânia. Não temos nada a ver com isso, sabemos quem foi", disse.

Em seu pronunciamento, Zelensky ainda fez uma piada sobre o assunto: “Quando pedi apoio aéreo aos parceiros, não era isso que eu pensava”, afirmou.

Até o momento, o Kremlin não se manifestou oficialmente sobre o que aconteceu, de fato, em Tver, cidade localizada próxima a Moscou.

A Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya) afirmou logo após a queda da aeronave que iniciou uma investigação sobre o ocorrido.

Uma conta do Telegram ligada ao Grupo Wagner, a Gray Zone, afirmou que o avião foi derrubado em um ataque da inteligência russa, no entanto tal informação não pôde ser confirmada.

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Um funcionário anônimo do governo russo disse ao The Moscow Times que acredita nessa hipótese. "No vídeo, é possível ver como o avião estava caindo, ele foi abatido, simplesmente caiu do céu", afirmou.

O presidente dos EUA, Joe Biden, também se manifestou nessa quarta-feira (23) durante uma entrevista a jornalistas na Califórnia, sugerindo envolvimento de Putin na derrubada da aeronave. "Não sei ao certo o que aconteceu, mas não estou surpreso. Não acontece muita coisa na Rússia que Putin não esteja por trás", disse.

O número dois do Grupo Wagner, Dmitry Utkin, também está na lista de mortos após a queda do avião fabricado pela Embraer no norte do país.

A organização paramilitar surgiu em 2014 durante a invasão em Donbass, na Ucrânia, onde auxiliaram os separatistas pró-Rússia. No entanto, ficou mais conhecido nos últimos dois meses, sob a liderança de Yevgeny Prigozhin, após o motim fracassado contra o governo russo.

Nesse contexto, o Wagner foi criado para atuar no leste da Ucrânia e posteriormente em outras campanhas financiadas pela Rússia, até mesmo em outros continentes como na África, onde mercenários agem em países como o Mali, Sudão e Líbia, com discursos de combate à influência do Ocidente.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]