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Presidente ucraniano disse que vídeo postado nas redes sociais mostra “a nova normalidade” que a Rússia tenta impor
Presidente ucraniano disse que vídeo postado nas redes sociais mostra “a nova normalidade” que a Rússia tenta impor| Foto: EFE/EPA/SERGEY DOLZHENKO

A divulgação de um vídeo que mostra um suposto soldado russo decapitando um prisioneiro de guerra ucraniano gerou nesta quarta-feira (12) acusações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, contra Moscou, enquanto o Kremlin alegou que a autenticidade das imagens precisa ser verificada.

Zelensky pediu nesta quarta-feira à comunidade internacional e seus líderes que ajam urgentemente com medidas concretas para ajudar Kiev a derrotar a Rússia.

“É algo que ninguém no mundo pode ignorar: a facilidade com que essas bestas matam”, disse Zelensky em um vídeo gravado do gabinete presidencial, no qual afirma que a decapitação não é um caso isolado, mas sim “a nova normalidade” que a Rússia tenta impor.

Um vídeo encontrado nas redes sociais russas pela emissora de televisão americana CNN supostamente mostra a decapitação de um soldado ucraniano vivo nas mãos de um militar russo.

O vídeo teria sido gravado no ano passado e o serviço secreto ucraniano está tentando identificar quem aparece nas imagens.

“Já aconteceu antes. Já aconteceu antes em Bucha. Milhares de vezes”, acrescentou Zelensky, referindo-se à cidade perto de Kiev onde centenas de civis ucranianos foram mortos durante a invasão russa.

O presidente ucraniano pediu a “cada um dos líderes” da comunidade internacional que reaja com medidas que contribuam para “derrotar o terror” que, em sua opinião, a Rússia representa.

“Ninguém entenderia porque os líderes não reagem”, comentou, para em seguida pedir a criação de um tribunal especial para julgar atrocidades russas.

A gravação da decapitação foi republicada pelo assessor do gabinete presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, juntamente com uma mensagem na qual condena a “sede de sangue” da Rússia e se dirige àqueles que pedem à Ucrânia a troca de territórios pela paz.

“Talvez os pacifistas que cinicamente sugerem 'trocar territórios pela paz' ​​finalmente entendam o que significa 'o mundo russo'”, escreveu Podolyak, usando a expressão russa para países sobre os quais Moscou exerceu influência.

No vídeo, que tem imagem desfocada, é possível ver a decapitação e ouvir os gritos de terror da vítima. A CNN também encontrou uma segunda gravação, mais recente, na qual supostos mercenários do grupo Wagner cortam a garganta de dois soldados ucranianos mortos em uma explosão.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) anunciou a abertura de uma investigação para identificar os autores da decapitação. “Ontem apareceu em uma rede um vídeo dos ocupantes russos que demonstra sua natureza bestial, no qual se tortura de forma brutal um prisioneiro ucraniano cuja cabeça é cortada”, afirmou o SBU em nota oficial publicada em seu canal no Telegram.

Versão russa

O Kremlin afirmou nesta quarta-feira que o vídeo deve ser “verificado”. “Para começar, é preciso verificar a veracidade das imagens”, disse o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, em sua entrevista coletiva diária.

Peskov admitiu que são imagens “terríveis”, mas insistiu na necessidade de atestar sua autenticidade.

“Isso pode dar motivos para investigar se realmente aconteceu e, em caso afirmativo, quem o fez e onde”, acrescentou.

Já o chefe do grupo de mercenários russos Wagner, Yevgeny Prigozhin, negou nesta quarta-feira que suas unidades, que combatem atualmente em Bakhmut, na região de Donetsk, estejam ligadas à decapitação.

“Eu vi esse vídeo. É errado decapitar pessoas, mas não encontrei em nenhum lugar nada que indique que isso aconteça em Bakhmut ou que combatentes de Wagner tenham participado dessa execução”, disse Prigozhin em sua conta no Telegram.

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