Zuckerberg ficou em silêncio por quase uma semana depois que o caso de violação de privacidade veio à tona| Foto: Mandel Ngan/AFP

Fontes do Facebook confirmaram que Mark Zuckerberg, fundador da empresa, está negociando sua ida ao Congresso dos Estados Unidos para explicar o desvio de dados sigilosos de 50 milhões de usuários da rede social. A informação foi repassada nesta terça-feira (27), no mesmo dia em que a empresa negou que o executivo de 33 anos comparecerá para depor no Parlamento britânico.

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De acordo com a CNN e o The Washington Post, fontes do Facebook informaram que a disposição de Zuckerberg de testemunhar também tem por objetivo pressionar o CEO do Google, Sundar Pichai, e o CEO do Twitter, Jack Dorsey, a fazer o mesmo. O senador Chuck Grassley, responsável pelo caso, convidou oficialmente os três CEOs para uma audiência sobre privacidade de dados em 10 de abril.

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O Facebook está sendo investigado tanto nos Estados Unidos quanto na União Europeia por ser suspeito de colaborar com a Cambridge Analytica no escândalo de violação de privacidade. A multa para a empresa, caso seja considerada de toda a violação, é estimada em US$ 1 trilhão.

Trump e Brexit

De acordo com as investigações, o vazamento de dados poderia ter sido utilizado pela Cambridge Analytica para influenciar eleitores pelo menos em duas ocasiões: na campanha presidencial de Donald Trump e durante o movimento Brexit – a decisão da população do Reino Unido de se retirar da União Europeia.

Zuckerberg ficou em silêncio por quase uma semana depois que o caso de violação de privacidade veio à tona.

Londres

À Comissão Europeia, Zuckerberg propôs enviar em seu lugar um de seus diretores adjuntos, segundo uma carta revelada nesta terça. A proposta foi rejeitada pelos deputados britânicos.

O presidente da Comissão de Digital, Cultura e Imprensa, Damian Collins, avaliou que seria apropriado Zuckerberg se explicar pessoalmente, dada a gravidade das acusações.

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Em carta a Collins, a diretora de políticas públicas do Facebook na Grã-Bretanha, Rebecca Stminson, afirmou que “Zuckerberg pediu pessoalmente a um de seus adjuntos que se colocasse à disposição para dar um depoimento em pessoa ante à Comissão”.

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Ela indica que o diretor técnico Mike Schroepfer, ou o de produtos, Chris Cox, poderiam estar presentes após o fim do recesso de Páscoa ou 16 de abril.

“Gostaríamos de convidar Cox para dar um depoimento”, declarou Collins no começo de uma sessão da Comissão cujo convidado é Christopher Wylie, ex-diretor de investigação da Cambridge Analytica que denunciou o caso.

“Mas gostaríamos sobretudo de escutar Zuckerberg”, acrescentou, apontando que podia fazê-lo pessoalmente ou por videoconferência.

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A Comissão escutou nesta terça Wylie. Ele afirmou que a Cambridge Analytica, assim como a AggregateIQ, ambas filiais da SCL, trabalharam para grupos pró-brexit durante a campanha do referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, em 2016.

“Pode-se dizer razoavelmente que o resultado do referendo teria sido diferente se não tivesse produzido o que, a meu ver, são armadilhas”, disse o especialista informático.

O organismo britânico que controla a privacidade de dados, o ICO (Information Commissionner’s Office), abriu uma investigação sobre a Cambridge Analytica e na sexta-feira (23) revistou a sede da empresa.

Duas semanas

A comissária europeia de Justiça, Vera Jourova, deu duas semanas de prazo para os diretores do Facebook responderem a uma série de questões, em particular sobre a forma como que a rede social aplica as regras europeias de proteção de dados.

Em 20 de março, o presidente do Parlamento europeu Antonio Tajani já tinha convidado Zuckerberg a dar explicações diante dos deputados.

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Jourova também quer saber se há cidadãos europeus entre os usuários afetados.

A diretora britânica Rebecca Stimson respondeu parcialmente a essa questão, indicando que cerca de 1% dos downloads do aplicativo que permitiu o vazamento de dados do Facebook para a Cambridge Analytica foram realizados por usuários da União Europeia, alguns deles no Reino Unido.