O fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, pedirá desculpas por ter falhado em proteger os dados dos usuários e por ter permitido a difusão de notícias falsas e manipulação, em depoimento ao Congresso dos EUA, nesta semana.
“Está claro agora que não fizemos o suficiente para evitar que essas ferramentas fossem usadas para causar danos”, afirmará. “Não tivemos uma visão ampla sobre nossas responsabilidades, e esse foi um grande erro. Foi meu erro, e eu peço desculpas.”
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O depoimento escrito de Zuckerberg foi divulgado nesta segunda (9), pelo Comitê de Energia e Comércio da Câmara, onde ele irá depor na quarta (11). Após o testemunho inicial do executivo, os deputados farão perguntas sobre o tema.
Zuckerberg participará de duas audiências no Congresso americano nesta semana, a partir de terça (10), em meio a um cerco da opinião pública sobre a proteção de dados pessoais no Facebook e seu uso para fins escusos, como a manipulação eleitoral e a difusão do discurso de ódio.
O executivo afirmará, segundo o texto divulgado nesta segunda, que quer promover “conexões positivas” entre as pessoas, e não a desinformação.
Além disso, reconhecerá que a empresa foi “muito lenta” ao identificar a ação de agentes russos nas eleições americanas de 2016, e dirá que vai contratar milhares de pessoas para atuar na segurança da plataforma com vistas às eleições do Brasil, México, Índia e Paquistão, entre outros países.
“A missão do Facebook é dar voz às pessoas e aproximá-las. Esses são valores profundamente democráticos. Eu não quero que ninguém use nossas ferramentas para minar a democracia”, dirá o executivo.
Segundo Zuckerberg, a empresa se prepara para aumentar consideravelmente o investimento em segurança, o que deve impactar os resultados financeiros do Facebook.
“Proteger nossa comunidade é mais importante do que maximizar nossos lucros”, dirá.
Ele afirmará, segundo o depoimento, que a empresa continua removendo centenas de perfis e páginas usados por agentes russos para divulgar notícias falsas — somente na semana passada, foram 270 exclusões, de páginas que atuavam na Ucrânia, Uzbequistão e Azerbaijão.
Nas eleições da França, em 2017, 30 mil perfis falsos foram excluídos pelo Facebook.
Controles
Zuckerberg prometerá ainda aumentar os controles sobre o uso de dados dos usuários do Facebook por terceiros, para evitar o ocorreu no caso da consultoria Cambridge Analytica.
A empresa teve acesso indevido às informações de 87 milhões de pessoas para divulgar propaganda política —a favor do então candidato Donald Trump, por exemplo, ou da saída do Reino Unido da União Europeia.
Segundo o depoimento, o Facebook está promovendo uma auditoria de todos os aplicativos que tiveram acesso a um grande volume de dados de usuários até 2014, ano em que a empresa incrementou os controles sobre essas informações.
“Se descobrirmos que algum desses aplicativos está usando dados de forma imprópria, vamos bani-los e alertar a todos que foram afetados”, dirá Zuckerberg.
A empresa também começou a revogar o acesso a dados de aplicativos que não tenham sido usados pelos usuários nos últimos três meses, e limitou o número de informações que podem ser colhidas —apenas foto de perfil, e-mail e nome serão autorizados a partir de agora, segundo dirá seu fundador.
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