"O contexto da disciplina relaciona-se com o local, horário e valores vigentes."

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Içami Tiba

O tema indisciplina escolar nunca foi discutido com tanta intensidade e veemência quanto nos últimos meses, A indisciplina atinge pais e professores. Muito foi escrito sobre esse assunto. A mídia deu a grande abertura para debatê-lo. As posições foram as mais variadas. Apareceram conclusões como: o problema está na globalização, no mundo de hoje que a estimula, na nova família, nos meios de comunicação, nos professores com aulas inadequadas à nova clientela, na escola desatualizada para o momento, nas autoridades educacionais. Eu diria, como Martha Medeiros, jornalista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, quando, após uma palestra em resposta a perguntas como: o que é ser mulher hoje? O que fazer para que os sentimentos sejam menos efêmeros? Qual o segredo do bom relacionamento? Disse ela que tinha vontade de responder "não sei," simplesmente "não sei". Eu copio, posso dar opiniões minhas e de outros educadores sobre o assunto, mas realmente "não sei" a receita exata para melhorar esse comportamento. Os elementos citados têm sua parte de culpa, com certeza. Ma o que fazer? A indisciplina virou uma batata quente que ninguém quer segurar.

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Concordo com o escritor João Ubaldo quando diz que a culpa de o Brasil não evoluir é de todos nós. Tanto na política como no amor, na educação, na "indisciplina", vale a maneira como cada um faz sua parte, essa sim é a única coisa que eu sei. O que posso afirmar é que a disciplina é muito importante em qualquer tarefa de nossa vida.

O momento é pensar como inibir a indisciplina na escola e na vida. Estudiosos e pesquisadores no assunto nos dão alguns caminhos, como: utilização de limites, mesmo numa escola democrática eles são essenciais, regras que devem ser compostas por professores e alunos que devem ser cumpridas; utilização de debates com os alunos sobre posturas comportamentais; deixá-los expressar sues sentimentos livremente; ensino por projetos com temas do interesse do grupo; ocupação nos intervalos por meio de jogos, música, artes, teatro, dança, e outros afins; envolvê-los no rumo de seu aprendizado; usar o diálogo com os alunos com estima e respeito; fomentar a boa parceria de trabalho pais–escola; usar a autoridade, sim, sem confundir com autoritarismo; estabelecer um sistema de estímulos que favoreçam o desempenho da responsabilidade dos alunos. A professora Áurea Lopes nos diz que "o fim da indisciplina acontece quando crianças e adolescentes são ouvidos, conhecem o objetivo da atividade e negociam a melhor maneira de atingi-lo".

A mestra em educação Vera Zacharias afirma: "Uma escola preocupada com a formação de seus alunos e não somente com "ensiná-los" é aquela que considera a disciplina como o domínio de si mesmo para ajustar a conduta às exigências do trabalho e de convivências próprias da vida escolar, não como um sistema de castigos ou sanções aplicados a alunos que alteram o desenvolvimento normal das atividades escolares com uma conduta negativa".

Poder-se-ia afirmar que a disciplina escolar é conseqüência da organização total da escola e também o reflexo da relação que se estabelece entre professor e aluno. Diria que a disciplina é uma construção. Não é uma prevenção, nem um tratamento de problemas. Trata-se de uma construção, porque o aluno vai conduzindo e dirigindo seu comportamento de forma a construir a sua vida e a vida acadêmica.

A disciplina é um hábito interno que facilita a cada pessoa o cumprimento de suas obrigações.

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