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editorial

A inovação e o diálogo universidade--empresa

Antecipando a regulamentação da Lei de Inovação do Paraná, universidades, empresas e o governo do estado reforçam a colaboração e estreitam laços de parceria em prol da inovação

O estado do Paraná conta, agora, com a sua Lei de Inovação, sancionada pelo governador em setembro. Enquanto um grupo de trabalho foi imediatamente convocado para a rápida regulamentação desta lei, a sociedade civil se fortalece por meio do diálogo e de parcerias, buscando facilitar a transformação do conhecimento gerado nas nossas universidades em empreendimentos inovadores.

A Coreia do Sul, conhecida e estudada no mundo todo pelo vigor e pela rapidez com que passou de país subdesenvolvido para potência tecnológica global, tem muito a ensinar sobre a importância do empreendedorismo inovador. Ao comparar, sob o prisma da inovação, a Coreia do Sul e seus 48 milhões de habitantes com o Brasil (194 milhões) ou com o Paraná (10,4 milhões), certos números falam de forma muito eloquente.

Enquanto os sul-coreanos investem anualmente 3,3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em atividades de pesquisa e desenvolvimento, sendo 2,45% diretamente a partir do setor privado, o Brasil investe 1,2% do seu PIB nessas mesmas atividades, sendo apenas 0,55% (proporção cinco vezes menor que a coreana) proveniente das empresas. Enquanto na Coreia do Sul 78% dos pesquisadores trabalham nas empresas, temos no nosso país apenas 26% dos mestres e doutores inseridos no setor privado. Como consequência de suas escolhas de investimento, a Coreia do Sul depositou, em 2010, cerca de 26 mil pedidos de patentes no escritório de marcas e patentes dos Estados Unidos, enquanto o Brasil depositou apenas 568 pedidos.

Por meio de políticas industriais pragmaticamente voltadas para a inovação, potencializadas pelo diálogo e pela união da sociedade civil, a Coreia do Sul se transformou em uma potência econômica global, um líder na produção de dispositivos semicondutores, gerando oportunidades e bem-estar para os seus cidadãos.

Devemos observar e compreender esse fenômeno para agir concreta e rapidamente. A Lei de Inovação do Paraná aporta os instrumentos que incentivam as empresas a investir na inovação, e aceleram as parcerias entre universidades, centros de pesquisa e empresas. A nossa Lei de Inovação nos dá a grande oportunidade de rapidamente aumentar a inserção de pesquisadores no setor privado. Porém, seus instrumentos serão absolutamente caducos se não houver um efetivo e proativo diálogo, que possa desencadear parcerias público-privadas concretas em projetos reais.

Nesse contexto, instituições como a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), a Agência Curitiba, a UFPR, a UTFPR e a PUCPR assinaram uma carta com vistas à promoção conjunta de iniciativas e mútua colaboração em favor de ações que venham a contribuir com o avanço da inovação no estado do Paraná. Mais que um simples protocolo, o compromisso efetivo dos líderes de cada uma dessas instituições públicas e privadas promove um cenário de concreta atuação em rede, por meio de um fórum permanente que buscará unir simbioticamente as indústrias e as universidades.

Essa colaboração é um convite à sociedade civil paranaense para agir com o objetivo de transformar o Paraná em uma referência mundial em ciência e tecnologia, que exporte produtos e serviços inovadores de alto valor agregado, beneficiando toda a sociedade paranaense por meio de empregos altamente qualificados, distribuição de renda e forte mobilidade social. O Paraná das energias verdes, da biotecnologia, da mecânica de alta precisão, das telecomunicações, da computação, do acesso universal à internet de banda extralarga, da saúde e da educação do mais alto nível para todos só sairá dos sonhos dos paranaenses para se tornar realidade com mais iniciativas que unam os principais atores do estado.

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