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A Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, que anualmente tem o seu início na Quarta-Feira de Cinzas, trata neste ano sobre o problema do tráfico humano, no intuito de identificar suas formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humanas. A Campanha da Fraternidade tem mobilizado milhões de pessoas anualmente na perspectiva da justiça social. Também esta CF pretende mobilizar os cristãos e as pessoas de boa vontade para erradicar este mal, para que todos vivam na dignidade de filhos e filhas de Deus.

Nesta perspectiva, as paróquias e entidades católicas no Brasil e também entidades civis e ecumênicas que desejam anunciar a justiça e a solidariedade já estão empenhadas nesta campanha, que deverá promover em território nacional uma reflexão muito séria sobre as diversas modalidades do tráfico humano, e mostrar os rostos sofridos de muitos que são escravizados pela perversidade de alguns. Além de refletir esta temática, a Campanha, no espírito da morte e ressurreição de Jesus Cristo, também sensibilizará todas as pessoas para que este mal seja extirpado do mundo e novas formas de solidariedade e cuidado humano estejam presentes em nosso meio.

Como já ocorre desde 1964, quando a Campanha da Fraternidade foi lançada em nível nacional, a Quaresma será o tempo forte desta temática. Quaresma nos aponta à conversão, e a Igreja deseja despertar a conversão de todos para que se empenhem para livrar a nossa sociedade do tráfico de crianças, jovens, mulheres, adultos e todas as pessoas vulneráveis. Uma conversão na linha da ética que grita por dignidade e justiça para todos. Esta conversão nos faz ser corresponsáveis pela vida dos mais vulneráveis.

A partir da Palavra de Deus, que nos pede conversão, a Campanha vai nos conduzir para a denúncia de estruturas e situações causadoras do tráfico humano e, ao mesmo tempo, promover ações de prevenção e de resgate da dignidade das pessoas atingidas. A Campanha também vai levar os cristãos e as pessoas de boa vontade a reivindicar junto aos poderes públicos maior empenho na linha da justiça e na defesa da dignidade humana.

Talvez algumas pessoas pudessem pensar que o tráfico humano só acontece com pessoas aventureiras, pessoas que abandonam a família, sendo essa uma realidade muito longe de nossas famílias. Ao contrário: o tráfico humano bate na porta de muitas pessoas que nos rodeiam, e de repente está presente em muitas famílias fragilizadas e necessitadas. O tráfico humano se manifesta horrivelmente de muitas maneiras, e nisto precisamos que todos se mobilizem para que este mal seja varrido de nossa sociedade.

O Evangelho, como Boa Nova, exige que a justiça e a fraternidade estejam presentes na sociedade; que as pessoas tenham dignidade e vivam na liberdade de filhos e filhas de Deus. Neste sentido, a Igreja Católica pretende renovar a consciência ética das pessoas para a responsabilidade de todos na promoção humana, tendo em vista uma sociedade que seja justa, fraterna e solidária.

Assim, o papa Francisco pede aos cristãos que sejam protagonistas de uma sociedade justa, fraterna e solidária, denunciando os males e as injustiças sociais. Nisso a Campanha da Fraternidade 2014 será mais um marco em nossa Igreja e em nossa sociedade, denunciando o horrível mal do tráfico humano e proclamando o que São Paulo Apóstolo escreveu aos Gálatas: "É para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,1). Cada um é convidado a somar nesta Campanha da Fraternidade para que a Luz de Cristo habite em nosso meio.

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