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Inflação
Alta no preço do alimentos pressionam a inflação desde o último trimestre do ano passado.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

A inflação de alimentos no mundo atingiu 31%. Isso significa que com a mesma quantidade de dinheiro você compra um terço a menos da comida que comprava antes, ou que terá de gastar 30% a mais para comprar a mesma quantidade de comida.

No Brasil a inflação de alimentos atingiu cerca de 15%, um número que reflete o movimento mundial e machuca o bolso do cidadão brasileiro. Neste sentido, é importante entender que a inflação do preço dos alimentos é um problema geopolítico e que demanda estratégia por parte de nossa nação.

O volume de alimentos importados no mundo é de cerca de impressionantes US$ 1,715 trilhão, sendo o Brasil uma das principais peças nesse tabuleiro. O país é o celeiro do mundo, tem terras produtivas, clima privilegiado e é uma potência no agronegócio. Alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, o que representa cerca de 40% da produção do nosso Brasil.

A coisa começa a complicar quando se percebe que, no ritmo em que o mundo consome proteína, em alguns anos – até 2030 – não haverá proteína de qualidade para todos. Isso significa que haverá uma fome brutal e de escala mundial. A pandemia e a atrapalhada gestão econômica neste período empurraram, no mundo, 132 milhões de pessoas para a fome crônica. No país, saltamos de 57 milhões para assombrosos 116 milhões de pessoas em insegurança alimentar, sendo que 43 milhões de pessoas não têm acesso a alimentos suficientes e 19 milhões passam fome.

Esse quadro bate à porta de todos. Vá agora ao supermercado e repare na qualidade – e mesmo na quantidade – das frutas que estão pelas gondolas. Observe que a grande maioria dos produtos disponíveis é de biscoitos e derivados de farinha ou açúcar. Estamos envenenando nosso povo.

O cenário seria ainda mais alarmante se o país não fosse a força e potência que é no agronegócio. Neste sentido, mais um importante pilar para a fome no nosso país está nas críticas histriônicas e vazias de velhos falsos representantes de nosso povo e de blogs marxistas – interessados em ser agentes da discórdia, e não em formar uma nação – aos produtores e agricultores desse país, que se empenham para produzir e alimentar nosso povo sob condições jurídicas, econômicas e regulatórias adversas.

O cenário seria ainda mais alarmante se o país não fosse a força e potência que é no agronegócio.

Neste diapasão, o Projeto de Lei 2.963/19, de autoria do senador Irajá (PSD-TO), com o enérgico apoio da senadora Katia Abreu, é a garantia de que grande parte dos filhos desta nação estarão não só condenados, mas destinados à fome crônica e à escravidão econômica, o que evidencia interesses que não refletem a luz verde e amarela.

O estratégico projeto, aprovado no Senado e agora tramitando na Câmara, prevê a venda de até 25% de nossas terras para investidores estrangeiros. Por óbvio, imagina-se que estes não comprarão áreas menos nobres do país, mas as produtivas e que servirão para produzir alimentos para seus países e de acordo com seus interesses. Uma afronta aos 43 milhões de brasileiros e aos nossos filhos e netos que saberão que vendemos nossas terras, nosso ativo mais valioso, para outros povos, tornando-nos membros de uma nação sem solo.

A fome no Brasil passa também pelo entendimento do que acontece no mundo, pela análise geopolítica e não meramente econômica sob modelos matemáticos, ou sob o festivo e falso clichê que somos uma tribo global. Não somos. Quando a fome e a miséria surgem, cada país defende seu povo e sua geração futura. Já vemos a África sofrendo uma nova colonização por países do Oriente com o enorme silêncio e aprovação tácita dos que por aqui gritam palavras de “ordem” como “apropriação cultural”.

É preciso agir. Cobrar e supervisionar o Legislativo brasileiro, defender nossa soberania e alimentar nosso povo agora, garantindo o futuro de nossas gerações, ou optar pela fome crônica, pela escravidão econômica e por ser uma nação sem solo.

Arthur Machado é empresário na área da educação, com MBA em Finanças, e fundador da Associação Semeadora.

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