O ministro Guido Mantega divulgou o seu "PIBinho" trimestral, de 0,6%, admitindo que a economia do país não terá o desempenho que ele previa para 2013, com um PIB de pelo menos 4%. Mas, sem perder a empáfia, alegou que esse é um crescimento sustentável dentro dos padrões estabelecidos e que a economia vai bem.

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O patético episódio sobre o fim do Bolsa Família, que levou milhares de pessoas a sacar a que seria a última parcela do bolsa-esmola, reafirma que a opção do PT é mesmo pelos pobres: deseja manter 13 milhões de brasileiros na situação de pobreza em que se encontram. A prova é o desempenho de nossa economia. Parece que o (des)governo deseja mantê-la neste patamar para cultivar esse universo de pobres que lhe garanta a reeleição.

O governo petista tem raiva dos empresários e das empresas que têm lucros, daqueles que desejam o desenvolvimento e o progresso. Altos impostos, carga tributária absurda, emaranhado de leis trabalhistas e fiscais, dificuldade para se abrir ou fechar empresas, excesso de burocracia generalizada, corrupção, inflação e projetos do PAC empacados, além do caos na infraestrutura, mostram mesmo que a opção do PT é pelo atraso e pelo discurso ideológico.

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Prova categórica disso é o Mercosul. Há mais de 20 anos somos os pretensos líderes de um tratado comercial de retorno econômico duvidoso com discursos vazios e orientados pelo viés ideológico terceiro-mundista, que reúne países piores que nós. Ele surgiu como uma aliança comercial objetivando dinamizar a economia regional, movimentando entre si mercadorias, pessoas, força de trabalho e capitais para gerar crescimento e riqueza entre os países; hoje, é um bloco que não serve para nada e não produz nada! É essa a opção do PT: juntar-se aos mais pobres, com os líderes mais fracos, consolidar a opção pelo atraso.

De que nos serve a Venezuela e seus chavismos, envolta no governo de Nicolás Maduro e a proclamada revolução implantada por seu antecessor? De que nos servem a Argentina, conduzida – às trapalhadas – por Cristina Kirchner, ou o Uruguai, com a quietude política do ex-guerrilheiro José Mujica? Há um exemplo bem nítido das distorções desse bloco: nos últimos anos, o Brasil perdeu exportações para tradicionais compradores da América Latina (que preferiram direcionar suas compras para outros destinos), perdendo US$ 5,4 bilhões em vendas, segundo a Confederação Nacional da Indústria. O Paraguai deveria exultar por ter sido expulso desse clube de incompetentes.

Os exemplos de blocos comerciais com sucesso poderiam ser copiados. Mas o que parece seduzir os governos do Mercosul é o modelo protecionista, retrógrado e escorado só em discursos. O Brasil e a Argentina são típicos deste perfil, fechados em medidas pseudoprotetoras da economia.

Ao mesmo tempo, enquanto a Argentina, por exemplo, impõe barreiras, regras e taxas ao Brasil, em vários produtos, a Aliança do Pacífico junta Chile, Peru, Colômbia e México (além do ingresso previsto de Costa Rica), que reduzem ou eliminam as tarifas aduaneiras de produtos comercializados entre suas fronteiras.

Especialistas entendem que a Aliança do Pacífico, formada por países com crescimento de PIB, inflação controlada, negócios estimulados e abertura (literal) ao mundo pelo Pacífico, busca a diversificação de suas relações comerciais com outros países e blocos para deter o avanço asiático na região. E, ao mesmo tempo, pretende se beneficiar da demanda dos asiáticos por commodities agrícolas e minerais.

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Ninguém age de forma ineficaz, como faz o Brasil, negociando e/ou cooperando com a Etiópia e perdoando dívidas de países africanos, entre outros, pela simples simpatia ideológica ou olhando para as próximas eleições e/ou a chamada opção pelos mais pobres, subestimando alianças com países mais ricos, que possam nos alavancar para um futuro de prosperidade.

Idealizado desde o seu rascunho para facilitar a inserção do quarteto de países fundadores na economia global e o estímulo ao seu desenvolvimento econômico e social, o Mercosul parece cada vez mais virado de cabeça para baixo, tendo o Brasil do PT, aquele com a opção pela pobreza, como líder inconteste.

Cláudio Slaviero, empresário, é ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e autor do livro A vergonha nossa de cada dia.