Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Artigo

A desigualdade no esporte

Quando se realizou em Natal uma etapa dos Jogos Escolares da Juventude de 2013, as competições de Atletismo tiveram de ser levadas a outro estado porque o Rio Grande do Norte não tinha uma pista oficial desta modalidade olímpica. Foi mais uma evidência de que, à margem de grandes conquistas, persistem no Brasil deficiências básicas acumuladas ao longo de décadas.

A exposição (e pressão) a que estamos submetidos por conta da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 servem não só para mostrar nossa capacidade realizadora como incentivar a montagem de uma infraestrutura esportiva à altura de uma das dez maiores economias do mundo. No centro dessa constatação está a desigualdade regional, pois se uma parte do Brasil dispõe de equipamentos modernos generalizados, outra parte é bem atendida em alguns aspectos e negligenciada em outros.

Em dois terços dos 26 estados brasileiros não existe uma única pista de atletismo com as dimensões, o piso e as raias estipuladas pela federação internacional para a disputa de modalidades como corrida, lançamentos e saltos. Um estado importante como a Bahia não tem uma piscina olímpica, com 50 metros de comprimento e 25 de largura, além de outras especificações exigidas para as provas de esportes aquáticos. Dois dos melhores nadadores brasileiros, Allan do Carmo e Luís Rogério Arapiraca, tiveram de treinar fora do estado.

Identificado esse desequilíbrio, o Ministério do Esporte trata como urgência a instalação de equipamentos de padrão olímpico certificados pelas federações internacionais. As necessidades estão sendo levantadas em todas as capitais brasileiras para que recebam, onde faltarem, pistas, quadras e piscinas em que nossos futuros campeões possam se preparar em condições de igualdade com atletas de locais mais bem aquinhoados.

A experiência dos Jogos Escolares da Juventude é estimulante. Em Natal participaram 4.600 atletas mirins, disputando 13 modalidades. Seu horizonte são as competições do Rio e de Tóquio, em 2020, pois está provado que o certame escolar é um celeiro de atletas. A equipe do Brasil nas Olimpíadas de Londres em 2010 tinha 17 integrantes que passaram pelos Jogos Escolares.

Aldo Rebelo é ministro do Esporte.

Dê sua opinião

Você concorda com o autor do artigo? Deixe seu comentário e participe do debate.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.