A Economia (com “e” maiúsculo) é uma ciência, com seus princípios e leis científicas. A economia (com “e” minúsculo) é o objeto de estudo da ciência econômica. O objeto de estudo (a economia) é o sistema por meio do qual um povo produz, distribui, troca, consome e acumula bens e serviços. Para funcionar e prover a população do gigantesco conjunto de bens e serviços necessários à vida, o sistema emprega os fatores de produção (recursos naturais, trabalho, capital e iniciativa empresarial).
Embora possa ser mais ou menos entendido por um leigo, o corpo humano somente é conhecido em sua estrutura, organização interna e funcionamento por alguém que estudou Anatomia e outras disciplinas médicas. O mesmo se dá com a economia. Grosso modo, é possível entender a lógica interna e o funcionamento do sistema econômico. Mas a compreensão de suas relações, estrutura e organização sistêmica somente é possível a quem estude a ciência e seu objeto de estudo.
Se os eficientes não produzirem, os caridosos não terão o que distribuir
Apesar disso, é grande o número de pessoas no meio político, intelectual e da militância partidária que falam e opinam como se fossem especialistas, mesmo sem terem conhecimento técnico e científico do assunto. Assim, não é de estranhar que o estoque de bobagens seja elevado, como a afirmação de certo líder social segundo o qual “o único problema do Brasil é a desigualdade de renda e basta tirar de quem tem e transferir aos pobres para que a pobreza seja superada”.
Isso não é verdade. Primeiro, o Brasil é um país pobre. A produção nacional em 2015, a preços correntes, foi de R$ 5,9 trilhões. Conforme o IBGE, a população no fim do ano passado era de 205,2 milhões de habitantes. Isso dá uma renda por habitante de R$ 28,7 mil/ano ou R$ 2.396 por mês. Considerando a carga tributária de 37%, a renda disponível por habitante é de R$ 1.509,50/mês.
Os valores acima referem-se à média. Por óbvio, milhões de pessoas ganham mais que o valor médio; logo, outros milhões ganham menos. Comparando com os Estados Unidos, a renda por habitante no Brasil é um quinto da norte-americana. Se tudo o que o Brasil produz fosse distribuído igualitariamente, continuaríamos sendo uma nação de pobres. Portanto, a meta maior não é tirar de quem tem mais. Definitivamente, a meta principal é fazer o PIB crescer mais que o crescimento da população. Nenhuma outra meta é mais importante que essa.
A Economia não é a ciência da bondade. É a ciência do necessário e do viável. Roberto Campos dizia que o mundo será salvo pelos eficientes, não pelos caridosos, e que o respeito ao produtor de riqueza é o começo da solução da pobreza. Se os eficientes não produzirem, os caridosos não terão o que distribuir. O socialismo morreu por duas razões: uma, não é passível de funcionar sem supressão das liberdades individuais; outra, é péssimo para produzir riqueza.
Com seu socialismo bolivariano, a Venezuela, sentada sobre a terceira maior reserva de petróleo do mundo, conseguiu a proeza de implantar o terror, provocar o desabastecimento de energia (atualmente, o país vive um racionamento pesado) e promover a falta de papel higiênico e de medicamentos. O problema dessas ideias de igualitarismo é que elas não funcionam e não conseguem atingir os fins propostos, por uma simples razão: não premiam o talento individual, acabam com a iniciativa empreendedora e destroem o sistema produtivo criador de riqueza.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT