Imagem ilustrativa.| Foto: Bigstock
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Com a aceleração dos processos digitais por conta da pandemia, é recorrente ver nos noticiários a dicotomia, sempre existente e agora ampliada, no mercado de tecnologia da informação. De um lado, muitas empresas que, indo na contramão da crise, estão em busca de profissionais da área. De outro, a escassez da mão de obra – não há profissionais com formação e especialização adequadas para suprir a demanda do mercado. E o que fazer diante desse cenário? Minha reflexão vai muito além de suprir a cadeia produtiva: esse jovem, na maioria das vezes, é a promessa de muitos lares, sendo ele o indivíduo com maiores chances de conquistar emprego ou renda para a retomada de recursos para sua própria família.

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A formação dos jovens será a porta de entrada para a retomada do emprego e, como consequência, a reativação da economia. Enquanto as inovações tecnológicas se transformaram em grandes aliadas para manter pessoas no mercado de trabalho, recentes dados divulgados pelo IBGE mostram uma retração de quase 10% em relação ao primeiro trimestre de 2020. Desde 1980 não há registro de tamanha queda no desempenho, segundo pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas.

Mais uma vez, o jovem mostra-se como uma alternativa, uma possibilidade de mudar esse cenário, de promover mudanças no mercado de trabalho. Afinal, as empresas precisam de novos talentos para criar e manusear as tecnologias e inovações que o mundo exige, e esse é um caminho sem volta! Por que, então, esses jovens são os mais afetados pelo desemprego? Segundo o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), com a pandemia do Covid-19 haverá uma retração de até 34,2% na renda da população jovem, com grande impacto na faixa etária que vai de 15 a 24 anos de idade.

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Como mudar esse cenário? Como podemos equalizar a saúde financeira de inúmeras famílias que dependem desses jovens, e a tão buscada qualificação de profissionais para ocupar cargos que exigem conhecimentos técnicos no curto prazo? São questões que deveriam ser tratadas de forma conjunta.

Com programas que duram o mínimo de seis meses, diversas instituições oferecem ensino qualificado que vai ao encontro das exigências do mercado de trabalho. Cada vez mais as empresas estão apostando e reconhecendo a importância dos cursos técnicos, cuja formação em tempo recorde é mais rápida que aquela oferecida pelas universidades.

Existe espaço e necessidade para eles. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o mercado de TI oferece 70 mil novas vagas de trabalho por ano no Brasil, mas as universidades formam apenas 46 mil alunos a cada ano. Nesse caso, todos os anos, sobram 24 mil vagas de trabalho por falta de profissionais para ocupá-las.

Não existe outra solução a não ser aproximar as empresas desses programas educacionais que qualifiquem e acompanhem os jovens em toda a trajetória até o mercado de trabalho. E as organizações não-governamentais estão prontas para apontar e preparar projetos que profissionalizem e formem os jovens muito além do mercado de trabalho.

Kelly Lopes, graduada e pós-graduada em Tecnologia da Informação, especialista em gestão para o Terceiro Setor, MBA em Gestão Empresarial e em Gestão de RH Estratégico, é empreendedora social e superintendente do Instituto da Oportunidade Social (IOS).

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