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A feminização do homem ocidental

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O cantor britânico Harry Styles realizou um marco nunca antes alcançado. Styles se tornou, em dezembro, o primeiro homem a estampar a capa da Vogue, a mais conceituada revista de moda do mundo. Com um pequeno detalhe: Harry aparece vestido como uma mulher. No ensaio fotográfico, o cantor aparece ostentando com naturalidade vestidos, blusas femininas e saias.

O anúncio da capa “revolucionária” gerou um frenesi pelo mundo todo. A “conquista” de Harry Styles está sendo celebrada como um “momento histórico” que de alguma forma melhorará o mundo. A atriz e diretora Olivia Wilde resumiu bem as razões pelas quais devemos comemorar o feito: “Para mim, é muito moderno. Espero que esse tipo de confiança como homem que Harry tem – desprovido de qualquer traço de masculinidade tóxica – é indicativo da sua geração e, portanto, do futuro do mundo. É muito poderoso redefinir o que é ser um homem confiante. Ele é uma grande inspiração para a nova geração. Eu acho que é revolucionário”.

A capa da Vogue é apenas mais uma de diversas iniciativas nos últimos anos que buscam desconstruir o que é “ser homem” e aproximar cada vez mais os homens do universo feminino. Termos como “masculinidade tóxica” são usados para subverter, ridicularizar e enfraquecer a virilidade dos homens. Enquanto isso, há um enorme esforço para enaltecer e valorizar homens com traços e comportamentos cada vez mais femininos.

Homens e mulheres sempre dependeram um do outro e, por mais diferente que o mundo possa ser hoje em dia, essa complementariedade continua sendo um dos pilares da nossa sociedade

Para muitas pessoas, não há problema algum neste movimento. Afinal de contas, qual o problema de os homens serem mais femininos? É aí que mora o perigo. A desconstrução da essência da masculinidade causará uma confusão cada vez mais devastadora na cabeça das novas gerações.

Homens e mulheres sempre tiveram papéis complementares ao longo da história. Durante a maior parte da existência humana a vida era extremamente desafiadora e sofrida. Por causa de suas diferenças biológicas, homens e mulheres passaram a assumir papéis distintos para conseguirem sobreviver. Era preciso conseguir alimento, se proteger das ameaças externas, conseguir abrigo e garantir a sobrevivência da prole. A divisão de tarefas era imprescindível. Homens e mulheres sempre dependeram um do outro e, por mais diferente que o mundo possa ser hoje em dia, essa complementariedade continua sendo um dos pilares da nossa sociedade.

Não há dúvida de que, com o progresso do mundo, a melhoria da qualidade de vida e a entrada das mulheres no mercado de trabalho, os papéis de homens e mulheres também mudaram. Mulheres estão ocupando cada vez mais posições de destaque na política, nas empresas e em praticamente todos os setores da sociedade. Com isso, os homens também tiverem de se adequar, ajudando cada vez mais nas tarefas domésticas e na criação dos filhos.

Essa evolução é natural e benéfica para ambos os sexos. No entanto, isso não é o suficiente para a esquerda pós-moderna, cada vez mais radicalizada nos dias de hoje. Para eles, o homem precisa se desfazer de qualquer característica natural masculina e, sempre que puder, usar roupas femininas e se portar como uma mulher. Isso, segundo Olivia Wilde, é ser “um homem confiante”.

Essa agenda ideológica precisa ser rechaçada sempre que vier à tona. O mundo irá continuar evoluindo, e parte dessa evolução será a participação cada vez maior das mulheres em diversas áreas. No entanto, algumas coisas jamais mudarão. Quando chegar em casa após um dia de trabalho exaustivo, o homem quer enxergar em sua companheira uma verdadeira mulher, que lhe dá confiança e respaldo no lar e na família para que ele possa encarar os desafios externos. Assim como a mulher, ao chegar em casa da sua também exaustiva jornada, quer enxergar em seu companheiro um homem masculino, viril, que lhe oferecerá cuidado, carinho, atenção e a proteção necessária para que ela também enfrente os seus desafios. A mulher definitivamente não quer um homem de vestido e trejeitos femininos a esperando em casa.

Se essa agenda perversa prosperar, veremos cada vez mais casais infelizes, e toda uma geração absolutamente confusa em relação à sua própria identidade. Nunca houve na história uma sociedade forte e próspera sem homens fortes. E homens fortes não saem na rua usando vestido... Que sejamos sensatos e preservemos os homens masculinos, antes que entrem em extinção.

Gabriel Kanner é empresário, ativista social e presidente do Instituto Brasil 200.

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