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Artigo

A grande agenda “progressista”

 | Felipe Lima
(Foto: Felipe Lima)

Um “progressista” venceu as eleições na Coreia do Sul, e a imprensa o chamou de “liberal”. Na França deu Macron, que até ontem era de esquerda e do governo do socialista Hollande. A imprensa também o chamou de “liberal”. Como presidente do Conselho do Instituto Liberal, fundado na década de 1980 para divulgar os princípios do liberalismo clássico, não posso aceitar calado que usurpem no Brasil o conceito de forma tão escancarada, como aconteceu na América.

Norman Thomas, líder do Partido Socialista, afirmou em 1948 que o povo da América jamais iria adotar o socialismo, não fosse sob o manto do liberalismo. Cada fragmento do programa socialista seria adotado até que a nação se tornasse socialista sem perceber. Ainda não chegou lá, e a meta sofreu um revés com a vitória de Trump. Mas em muitos aspectos a fala foi profética. Ocorreu uma “revolução silenciosa” inegável na política americana.

Eis o que pouca gente sabe: há uma grande agenda “progressista”, eufemismo para socialista, em curso nos Estados Unidos e no mundo. Não é fruto do acaso, e não é teoria conspiratória. É uma pauta imposta por uma seita de “progressistas” que realmente acredita na receita de esquerda, na concentração de poder no Estado, e que adota uma visão de mundo romântica e igualitária.

As universidades americanas se transformaram em máquinas de doutrinação socialista

Bernie Sanders, que deu calor em Hillary nas primárias, é um socialista assumido. A própria Clinton teve como guru Saul Alinsky, um marxista radical que ensinava como tomar o poder, não importa quais meios sejam utilizados. Teve como aluno prodígio ninguém menos que Barack Obama, um “organizador social” em Chicago, ou seja, um agitador marxista. Nada disso é conspiração direitista ou paranoia de reacionário: são fatos documentados.

David Horowitz conhece bem esse assunto, pois veio das hostes esquerdistas. Em seu novo livro, Big Agenda, ele detalha melhor cada pauta dessa agenda, e como a esquerda radical pretende conquistar o poder. Infelizmente, para quem preza a liberdade característica da América, essa turma já avançou bastante e, ainda que a derrota para Trump represente um recuo, a verdadeira batalha continua. Falo da guerra cultural.

Os americanos se encontram mais divididos que nunca, as universidades se transformaram em máquinas de doutrinação socialista (pela primeira vez os jovens se dizem mais simpáticos ao socialismo que ao capitalismo), a mídia está tomada, ONGs capitalizadas divulgam os valores coletivistas igualitários e mesmo o Judiciário conta com “progressistas” que rejeitam o constitucionalismo dos “pais fundadores”.

Qualquer crítico da agenda “progressista” é logo rotulado por suas supostas intenções malignas, como um “preconceituoso”, um “racista”, um “homofóbico” ou, quando o sujeito conhece o termo, um “xenófobo”. O monopólio dos fins nobres foi a tática usada: só a esquerda se preocupa com os pobres, as “minorias”, os imigrantes, o planeta. A intimidação é constante, o politicamente correto matou o debate, e até o uso de violência impede o contraditório, mesmo nas universidades, que deveriam ser locais sagrados para a liberdade de expressão.

Tudo aquilo que fez da América um caso de sucesso é colocado em xeque por essa turma, que tenta incutir culpa e vergonha na trajetória da nação mais próspera e livre do planeta. A meta é globalista, ou seja, transferir poder para entidades como a ONU, dominada por burocratas sem voto e alinhados a essa agenda centralizadora de poder.

Fronteiras abertas, paranoia com o “aquecimento global”, sistema estatal de saúde, legalização de drogas e aborto, transferência de riqueza por meio do Estado: esses são os objetivos dessa agenda radical, vendida como “moderada” pela mídia cúmplice. O primeiro passo para derrotá-la é reconhecer o óbvio: isso não é liberalismo!

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