Por que a ojeriza com o Itamaraty, que possui centenário e excepcional quadro funcional? Como estão sendo administrados os fundos de pensão das estatais? Sabia ela dos "malfeitos" na Petrobras? Afinal, foi ministra de Minas e Energia; presidente do seu Conselho de Administração; ministra da Casa Civil; e é presidente da República. Não "presumiu", pelo gigantismo da empresa, as tentações da corrupção inerentes à natureza humana? Joaquim Levy terá mesmo a autonomia e poder de que necessita para bem cumprir sua missão? São respostas que a nação quer ouvir.

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O ajuste macroeconômico, por mais penoso, é apenas o seu lado aritmético, mas não é um fim em si mesmo. Decisivo é restaurar a produtividade, o crescimento, e reparar os danos – institucionais e estruturais – por omissões clamorosas e por conivência com erros recorrentes.

Evitamos abordar a corrupção, onipresente, endêmica e sistêmica, concentrando-nos em incompetência e incapacidade de gestão. A Petrobras, assaltada e comprometida; a Eletrobras, claudicante; o sistema nacional de energia elétrica, desmontado; linhas de transmissão, por concluir; construção de hidrelétricas, atrasada; reformulação dos sistemas portuário e ferroviário, paralisada; rodovias federais, em estado de calamidade e abandono. Educação, carente e deficitária. saneamento básico, em falta, gerando e proliferando enfermidades, comprometendo a saúde das atuais e das futuras gerações. Saneamento este sempre negligenciado, apesar de sua absoluta prioridade para melhorar a qualidade de vida e reduzir drasticamente o custo da saúde pública.

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A nação segue desorientada; arrasta-se preguiçosamente, salvo o agronegócio, mas só até a porteira. As principais estatais estão gerencialmente degradadas; bancos federais deturpando gestão e objetivos; a infraestrutura nacional deficiente e catastrófica!

Haja herança!

O país, loteado e aparelhado por insaciáveis políticos, através de virulenta capilaridade nacional. O Bolsa Família, porta de entrada fácil – que deveria ser escala rumo a melhor futuro –, transformou-se em cárcere consentido, cuja porta de saída é difícil de ser aberta. Objetiva-se o contínuo aliciamento eleitoreiro dos humildes. Gerir o país é difícil; seduzi-los com benesses dos programas assistencialistas é mais fácil.

A escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda foi a alternativa possível para uma presidente desgastada e desacreditada perante os mercados, investidores, empresários e agências de classificação de risco. Nomeá-lo, contrariando seus discursos e convicções (blindando-se astuciosamente contra a oposição?), foi tentativa de recuperar a confiança desses setores sem os quais não há desenvolvimento. A equipe econômica escolhida, por competente que seja, teria como reverter o flagelo da atual situação do país e promover as reformas fundamentais sempre postergadas? Ou não terá tempo e condições objetivas, pois tais áreas gravitam em torno de ministérios comprometidos e de um Congresso famélico?

É essencial construir infraestrutura e produtividade na economia sem populismo. E mudar o Brasil para melhor. Por si só, esperança, sentimento vago e passivo, não basta, mas reagir à indolência e à negligencia, cobrando diuturnamente de governantes e congressistas trabalho honesto, proficiência e patriotismo!

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Ovidio Gasparetto é empresário e advogado.

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