Um bom planejamento é fundamental ao administrar uma empresa, isso porque conhecer o mercado, ter um preparo financeiro e alinhar os objetivos e metas a serem conquistados auxiliam o empreendedor rumo ao sucesso da organização. O que muitos empreendedores acabam deixando em segundo plano é o mapeamento e gestão de riscos, deixando de prever as incertezas que a empresa pode enfrentar com o passar dos anos.
Qualquer negócio, independentemente da experiência de seus profissionais, sempre estará sujeito a riscos, e só com uma boa gestão técnica e processual é possível prever, evitar ou até mesmo antecipar certas situações que podem prejudicar os negócios.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia, mais de 1,4 milhão de negócios formais foram fechados em 2021. De acordo com estudo do Sebrae, feito para entender os efeitos da pandemia junto a pequenos negócios, 21,6% das microempresas e 17% das empresas de pequeno porte fecham após cinco anos de atividade.
Para muitos gestores manter a empresa em equilíbrio em situações cotidianas já exige certo esforço, após uma pandemia mundial e outros fatores externos é ainda mais desafiador.
Com o objetivo de melhorar as práticas adotadas e mitigar as ameaças que podem prejudicar a segurança das empresas, foi criada, em 2009, a norma internacional para gestão de risco, a ISO 31000. Por meio de suas diretrizes, é possível fazer o gerenciamento de riscos, minimizando perdas e garantindo uma eficiência nas tomadas de decisões.
É importante ressaltar que gerenciar riscos é lidar com as incertezas nos objetivos e uma organização está suscetível a uma série deles. Podemos encontrar riscos de continuidade de negócios, em que existe a probabilidade de interrupção das atividades, gerando impactos de imagem e financeiros. Há também os riscos de segurança empresarial, como destruição de instalações e danos intencionais.
Além disso, os riscos tecnológicos ou de segurança da informação, podem gerar ameaças relacionadas a perda de dados e informações, ataques hacker e acessos indevidos. Sem contar os riscos de saúde e meio ambiente, como o excesso de trabalho e pressão no home office, armazenamento inadequado de materiais, uso de máquinas e equipamentos sem proteção. Por isso a importância de ter uma equipe de profissionais técnicos em gestão de riscos, que auxiliam gestores e empresários a não cometerem deslizes que possam levar a empresa à falência.
As empresas precisam entender que a gestão de riscos é holística, ou seja, é um campo multidisciplinar em que a empresa é vista como um todo e não segmentada por setores. Os gestores e líderes que ainda tratam os departamentos com individualidade poderão ter dificuldade no futuro. É preciso trocar informações, resultados de riscos para então trabalhar com inteligência a prevenção.
O primeiro passo é montar um comitê de riscos com outros setores incluindo liderança, jurídico, recursos humanos, tecnologia da informação, finanças, logística e vendas. É fundamental, a partir disso, pontuar todos os riscos que envolvem o seu negócio e os que geram preocupação em cada setor.
Na política de gestão de riscos é aconselhável também definir as responsabilidades e o quanto a empresa está disposta a aceitar certos riscos. Além de propor encontros para discussão sobre o tema, é interessante a organização investir em cursos e palestras que irão auxiliar no aprendizado dos colaboradores.
A partir da classificação dos riscos estratégicos para os negócios, é possível identificar qual a probabilidade, impactos e vulnerabilidades diante de cada caso. Além de garantir a continuidade da empresa, a implantação de gestão de risco traz diversos benefícios para a organização.
Jeferson D’Addario, CEO do Grupo DARYUS, é professor do Instituto DARYUS de Ensino Superior Paulista (IDESP) e consultor de continuidade de negócios e gestão de riscos.
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