De hoje até 7 de agosto comemora-se, em mais de 120 países, a Semana Mundial da Amamentação, concebida em 1992 com o objetivo de promover o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida. O aleitamento materno exclusivo é muito benéfico, pois o leite materno contém todos os nutrientes e elementos essenciais para o bebê, protegendo-o inclusive das doenças. Um bebê que recebe o leite materno tem menos riscos de contrair alergias, infecções respiratórias, diabete e diarréia. Além disso, o aleitamento fortalece o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê.
Infelizmente, essa recomendação deixa de ser seguida por muitas mães. Segundo o Ministério da Saúde, a média nacional de amamentação exclusiva é de apenas 38,8 dias, bem aquém dos 180 dias recomendados. A principal explicação para essa realidade é a desinformação e a falta de incentivo, que fazem com que muitas mães abandonem o plano de amamentar logo nos primeiros dias do pós-parto.
Um exemplo de desinformação é o tabu de que o leite dos primeiros dias de amamentação, chamado de colostro, está "fraco", falso argumento para justificar sua substituição pelo leite em pó. O colostro apresenta tonalidade mais clara e menor viscosidade, mas contém todas as substâncias essenciais para a proteção do bebê e, em especial, os anticorpos que evitam doenças. A substituição por leite em pó, além de levar à nutrição incompleta, reduz o estímulo à produção de leite que a sucção do bebê estimula. Essa seqüência é a principal causa do abandono da amamentação. Vencendo essa etapa inicial, a mãe pode amamentar seu bebê até os 2 anos de idade. Depois dos 6 meses, a complementação com sopas, legumes e frutas vai sendo inserida gradativamente no dia-a-dia da criança.
A amamentação é um ato que demanda amor, dedicação e aprendizado. Para auxiliar as mães de forma prática, existem ações como o "Programa Mamãe & Bebê", da Unimed Curitiba. Após a alta da maternidade, uma enfermeira especializada visita a família em casa, com objetivo de orientar a mãe a amamentar corretamente, a cuidar dos seios e de dar outras sugestões importantes para que as mamães sintam-se seguras nessa importante tarefa. A meta é incentivar a amamentação exclusiva, que é um fator de promoção da saúde materno-infantil.
Sérgio O. Ioshii é médico patologista, professor da UFPR e da PUCPR e diretor-presidente da Unimed Curitiba.
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