Não é necessário ser muito inteligente para perceber que a política brasileira não vai a lugar nenhum. Nem para a frente, nem para trás, ou para qualquer um dos lados. A política é boa apenas para os políticos; afinal, ganham exacerbados salários gigantescos, mais benefícios, mais regalias, mais mordomias, mais benefícios adicionais, enquanto somos escravos de um sistema que nos subjuga com um enorme excesso de tributações, a nós imposto justamente com o propósito de sustentar os servidores públicos que, tecnicamente, deveriam zelar pelos nossos interesses.
Não acredito que existam bons políticos no Brasil, de forma nenhuma. Nem bons políticos, muito menos partidos políticos decentes. Os indivíduos a ocupar o poder querem apenas lambuzar-se com o excessivo gozo dos abundantes recursos financeiros, que jorram torrencialmente dos quatro cantos dos poderes governamentais, enquanto eles aproveitam muito bem a vida, com todos os benefícios que o funcionalismo público brasileiro propicia aos seus. E o povo, como sempre, que se exploda. Nossos renomados e digníssimos dirigentes governamentais simplesmente não têm tempo para se preocupar com isso. Sacrificar a população para manter os servidores públicos no luxo, na abundância e na prosperidade material é apenas um detalhe. E não importa se isso ocorre na esfera municipal, estadual ou federal; a sordidez espalha-se de forma abundante.
Não conte com eles – os políticos – para sair da crise
Aceitar isso de forma passiva é um costume da população no Brasil, mas, com a atual recessão financeira, isso acentuou de forma proeminente a gravidade do problema. De onde os brasileiros vão tirar dinheiro para pagar as excessivas tributações que lhe são cobradas, se não têm mais como pagá-las? Como nossos impecáveis, digníssimos e meritórios dirigentes governamentais recusam-se a baixar os seus próprios salários, abdicar de mordomias e renunciar ao menos a alguns dos inúmeros benefícios que recebem, o sistema que sustenta a pomposa suntuosidade do funcionalismo público ameaça ruir. A população já não tem mais como sustentar funcionários públicos vivendo na riqueza, e sua paciência começa a exaurir-se. Talvez a solução mais viável seja mudar de país. Mas e quem não pode se dar ao luxo de cogitar essa possibilidade, o que pode fazer?
Uma coisa fundamental que todos devemos compreender com relação à política é que políticos não governam para nós: governam para eles. Eles sempre irão fazer o que é bom para eles, sempre irão legislar em causa própria e reger visando os seus próprios benefícios, completamente indiferentes aos interesses da população. Eles nunca irão se preocupar, de nenhuma forma, maneira ou circunstância, com você ou comigo. A realidade, por mais dura e fria que possa parecer, é que estamos completamente sozinhos!
Infelizmente, também não conte com eles – os políticos – para sair da crise. Eles não estão nem um pouco preocupados com o seu desempenho financeiro ou econômico, tampouco com as suas condições de vida, ou com o andamento do seu negócio. A única preocupação do Estado é arrecadação. “Até mesmo em um período de crise?”, você talvez pergunte. Sim, principalmente em um período de crise. Toda a política brasileira é estruturada para sustentar o funcionalismo público, e manter a sua elite no topo da cadeia alimentar. Sabe em que parte da pirâmide estamos? Na base, na parte mais inferior, como um escravizado sustentáculo da estrutura. Aqueles que trabalham para sustentá-la, mantê-la e apoiá-la, mesmo contra a vontade.
Sempre defendi o fato de que a boa política deve ser doação, e não profissão. Evidentemente, ainda que tal possibilidade se mostre muito distante de nossa realidade, explorar possibilidades ainda nos é permitido, ainda que não sejam acatadas. Não obstante, vislumbrar uma solução para a política brasileira é não apenas improvável, como implausível, mas não acreditar na política é ainda mais realista do que lutar por ela. Não acredito em políticos bons, corretos e honestos. Acredito em políticos que, na primeira oportunidade, irão se eximir de todas e quaisquer responsabilidades, pelas causas, objetivos e princípios que anteriormente juravam defender.
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