Apesar de ser a sétima economia mundial, em grande parte devido ao grande volume de recursos naturais, o Brasil tem o menor número de cidadãos que completa o ensino superior dentre 35 países pesquisados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2010. Segundo dados mais recentes do IBGE, 13,2 milhões de pessoas (8,7% da população) não sabem ler nem escrever, e quase metade da população brasileira (49,25%) com 25 anos ou mais não tem nem o ensino fundamental completo. É necessário um programa de educação em massa, com apoio dos diversos setores da sociedade.

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A Inovação Social seria uma ótima solução para construção de uma população mais educada, com capacidade de resolver seus próprios problemas. Esse tipo de inovação é uma nova maneira de pensar e construir políticas públicas, a partir da transformação de caridade em inovação social colaborativa através da construção de relações do tipo ganha-ganha entre Estado e sociedade, um novo paradigma na área social.

Inovação social é um conjunto significativo de experimentações de novos arranjos institucionais participativos e integrados a partir dos pressupostos de descentralização, controle social e participação da sociedade civil e empresas na busca de capital social, o elemento aglutinador da sociedade contemporânea. A inovação social busca por oportunidades para que as pessoas subsistam da própria renda e possam prescindir da assistência social, contribuindo para a melhoria das condições sociais e econômicas das comunidades em que estão inseridas.

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O governo poderia criar um Fundo e um Centro de Pesquisas e Oportunidades na área de Inovação Social para mudar a maneira como os programas sociais são desenhados e avaliados. O Fundo Social seria composto de dinheiro público, privado e filantrópico para investimento nas ideias selecionadas dos empreendedores sociais a fim de ajudar a tirar pessoas da pobreza, em particular enfatizando a responsabilidade pessoal. O governo premiaria as inovações verdadeiramente úteis para reduzir a desigualdade social.

Um exemplo é o Banco de Inovação Social (BIS) criado em Lisboa (Portugal). Este banco agrega 27 instituições, entidades e empresas públicas e privadas que investem os seus ativos na promoção da inovação social. Entre outras, uma das iniciativas do BIS é promover modelos e planos inovadores de governança compartilhada, estimulando os cidadãos a participar e a colaborar ativamente na configuração de soluções inovadoras e sustentáveis para os problemas, necessidades e desafios da sociedade.

Cristiano De Angelis, PhD, é pesquisador da Skema Business School (França) e analista do Ministério do Planejamento.

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