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O mercado de trabalho é um campo complexo e desafiador para todos os indivíduos, independentemente de gênero. No entanto, ao analisar as barreiras específicas enfrentadas pelas mulheres, especialmente aquelas que também são mães, fica evidente que a legislação que deveria protegê-las muitas vezes se transforma em um obstáculo. Não há como ignorar os altos custos de ser mulher e mãe no mercado de trabalho. Porém, a defesa da liberdade é o verdadeiro caminho para a igualdade.
Ser mulher no mercado de trabalho ainda significa enfrentar uma série de desafios e discriminações. Um estudo da FGV intitulado The Labor Market Consequences of Maternity Leave revela que as mulheres que tiram licença-maternidade enfrentam consequências significativas em suas carreiras. O estudo aponta que as mulheres têm suas trajetórias profissionais interrompidas e enfrentam dificuldades para retornar ao mesmo nível de produtividade e reconhecimento que possuíam antes da licença.
É crucial questionar se as legislações protetivas realmente cumprem seu propósito ou se, na verdade, exacerbam as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho
A situação se agrava ainda mais para as mulheres que são mães. Dados da FGV mostram que 50% das mães são demitidas até dois anos após o término da licença-maternidade. Essa estatística alarmante evidencia como a licença-maternidade, em vez de ser uma proteção, se transforma em uma armadilha que coloca em risco a estabilidade profissional das mulheres. A legislação atual, que visa garantir a proteção das mulheres durante a maternidade, muitas vezes resulta em um efeito contrário. Empregadores, conscientes das obrigações legais e dos custos associados à licença-maternidade, podem hesitar em contratar ou promover mulheres em idade fértil, perpetuando um ciclo de discriminação e desigualdade.
Diante desse cenário, é crucial questionar se as legislações protetivas realmente cumprem seu propósito ou se, na verdade, exacerbam as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho. A verdadeira proteção pode estar na liberdade e na igualdade de oportunidades, sem a imposição de regras que, embora bem-intencionadas, criam barreiras adicionais.
Promover a liberdade significa permitir que as mulheres escolham seus caminhos profissionais sem medo de represálias ou discriminações. Isso implica uma mudança cultural profunda, em que as empresas adotem políticas baseadas no mérito e no reconhecimento das capacidades individuais, independentemente de gênero ou status parental.
Por fim, as legislações que visam proteger as mulheres muitas vezes acabam por prejudicá-las, criando novas formas de discriminação. É essencial defender a liberdade como o verdadeiro caminho para a justiça no mercado de trabalho, em que as empresas possam exercer plenamente seu potencial de contratação profissional, com a redução de legislações que, na prática, limitam as oportunidades para mulheres devido aos altos custos.
Gabriela Moraes, diretora da Private Construtora e associada do Instituto Líderes do Amanhã.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos