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No livro O chefe, de Ivo Patarra, são escancaradas as traquinagens da família Lula da Silva. O autor denuncia o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, revela que em cinco anos Lula repassou R$ 12,6 bilhões para ONGs de seus amigos, denuncia que o mensalão e o escândalo dos Correios, entre outros delitos, foram ações de “organização criminosa” e aponta Lula como sendo “o chefe”, aquele que sabia de tudo. Segundo Patarra, “o governo Lula é o mais corrupto de nossa historia”.

Alguém, em sã consciência, acredita na possibilidade de Lula não saber de nada, como sempre diz?

No livro Assassinato de reputações, de Romeu Tuma Jr, o autor descreve Lula, codinome “barba”, como um dos mais importantes informantes do Dops na época da ditadura. Era, segundo Tuma Jr., um alcaguete. O autor denuncia o projeto do PT de poder e a fábrica de dossiês para eliminar adversários bem como a morte de prefeito Celso Daniel e os grampos no STF, entre outras mazelas. Lula que “nunca sabe, viu ou ouviu nada”, é o verdadeiro Judas nessa história para Tuma Jr.

No livro Uma ovelha negra no poder, o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, relata que Lula contou-lhe que sabia de tudo sobre o mensalão e que isto “o angustiava”.

Em depoimento nesta semana, o doleiro Alberto Youssef, implicado na Operação Lava Jato, afirmou, na CPI do Petrolão, que Lula e Dilma sabiam de todas as negociações com membros do PT.

Diariamente, pela mídia tradicional ou através das redes sociais, recebemos uma carga muito grande de denúncias dos casos de corrupção envolvendo o PT e seus dirigentes, a fortuna de Lulinha, que mora em um prédio em região nobre de São Paulo avaliado em R$6 milhões, testa de ferro do pai, sempre acobertado por terceiros (sócios), proprietário de fazendas, empresas, apartamentos, sítios, além de desvios de dinheiro para negociatas feitas em países estrangeiros envolvendo empresas nacionais na construção de obras facilitando o esquema de lavagem de dinheiro ao PT.

Semanalmente, lemos em revistas de grande circulação nacional reportagens que mostram as relações de Lula com empreiteiros ligados à Operação Lava Jato num troca-troca de favores escusos, fazendo tráfico internacional de influência para favorecer empresas e facilitar financiamentos junto ao BNDES.

Nas manifestações dos dias 15 de março e 12 de abril, cartazes eram exibidos com as mesmas premissas: “Lula ladrão”, “Corrupto”, “Chefe dos bandidos” etc.

Será que todos mentem? Não tem algo de verdade por trás de tudo que se escreve, lê ou fala a respeito de Lula? Ou será invenção da cabeça de uma elite desmiolada, que não aceita a ascensão de um sindicalista?

Será que os autores dos livros, as revistas, os jornais, os sites, as notícias veiculadas diariamente são todas compostas com palavras maledicentes, mentirosas, vãs? É possível mentir para tantos e ao mesmo tempo? Alguém, em sã consciência, acredita na possibilidade de Lula não saber de nada, como sempre diz?

O economista americano Robert Klitgaard, em entrevista à Veja, diz que “é sempre fundamental não poupar os peixes grandes. Porque um efeito da corrupção – e agora estamos falando de mentalidades – é que torna as pessoas cínicas. Quando o cinismo se instala, é preciso quebrar o equilíbrio, e uma forma de fazer isso é punindo quem parece intocável”.

Cada vez mais os brasileiros parecem fechar o cerco contra o “chefe” e a literatura é uma arma contra este senhor que se gaba de nunca ter lido um livro na vida.

Cláudio Slaviero, empresário, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, é autor do livro “A vergonha nossa de cada dia”.
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