Atualmente há muita polêmica sobre a meritocracia; ela funciona? É justa para todos?
Na natureza, todo ser vivo se esforça para sobreviver; aqueles mais preparados sobrevivem e geram descendentes. Com o ser humano, na sociedade moderna, o esforço mudou do âmbito da força física para o intelectual e profissional, mas ainda é o esforço movido por alguma motivação que gera o resultado positivo, e esse resultado é fruto do mérito pessoal de cada um.
Os críticos da meritocracia alegam que um rico teve mais oportunidades que um pobre, e em teoria o Estado deveria fornecer a educação gratuita, minimizando as diferenças de oportunidades entre ricos e pobres, garantindo a capacitação para todos. A resposta é que, se isso não ocorre, existe um desequilíbrio no sistema meritocrático específico, o que é muito diferente de dizer que a meritocracia em si não funciona. É como retirar uma peça importante de um carro e reclamar que o carro não funciona.
Atacar o conceito de meritocracia é atacar o próprio conceito de vida em sociedade. É da natureza humana se dedicar a algo com esforço por uma recompensa futura; negar esse fato óbvio é negar a própria natureza humana. A meritocracia é tão inevitável quanto o capitalismo, e todas as nações do mundo que entenderam isso e abraçaram o capitalismo com alta liberdade econômica obtiveram sucesso em erradicar a pobreza.
A igualdade imposta entre pessoas diferentes é uma violência. O correto é aceitar e valorizar as diferenças, respeitando as características individuais de cada um – essa é a verdadeira inclusão. A igualdade forçada destrói o valor do mérito ao dar recompensas iguais a cidadãos com diferentes capacidades; isso feito em grande escala empobrece toda a economia da nação. É um fato inegável que o dinheiro move o mundo e é indispensável no mundo atual. A igualdade forçada só funcionaria com seres como abelhas, formigas... ou robôs; jamais com humanos.
A natureza humana obrigatoriamente precisa da liberdade que o dinheiro proporciona. É inegável que o dinheiro motiva as pessoas e isso não é ruim quando corretamente direcionado, e quando se aceita que a meritocracia capitalista é inevitável e saudável, se não for desvirtuada.
O que se pode concluir disso é que 1. o dinheiro é uma ferramenta que nos dá liberdade para buscar nossos objetivos, ou seja, dinheiro não é o objetivo em si; 2. A alternativa à rejeição da meritocracia seria a criação de novas desigualdades estatais, como cotas raciais; mas não se combate a desigualdade criando novas desigualdades; 3. o capitalismo e o sistema meritocrático caminham juntos, mas não são sinônimos: uma meritocracia equilibrada favorece um capitalismo saudável com capacitação e oportunidades para todos, como já aconteceu em várias nações de sucesso no mundo; e 4. a meritocracia é desvirtuada por intervenções estatais que prejudicam o livre mercado e as recompensas por mérito.
Defender utopias contrariando a natureza humana é a receita do desastre.
Gustavo Reichenbach, formado em Processamento de Dados e Hotelaria, é investidor autônomo da construção civil.
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