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O que significa ser idoso hoje? Esta é uma questão sobre a qual muitas pessoas em nosso país começam a ter de refletir, ou porque são idosos, ou porque são profissionais de diversas áreas da saúde ou humanas que estão tendo que se capacitar para poder lidar com essa população que cresce aceleradamente em nosso país. Segundo estudiosos, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos em 2025. Estamos preparados para isso?

A questão “O que significa ser um idoso hoje?” não pode, em nossa sociedade de rápidas e frenéticas mudanças socioculturais, ser respondida da mesma maneira como foi pouco tempo atrás. Os tempos mudaram. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), nos países em desenvolvimento são consideradas idosas as pessoas de 60 anos em diante; em países desenvolvidos, pessoas com 65 anos ou mais. Em alguns espaços sociais e entre intelectuais do nosso país, a primeira questão discutida é o uso do termo “idoso”. Alguns pensadores opõem-se ao uso deste termo para as pessoas que encontram-se nessa última etapa da vida, considerando-o um eufemismo; defendem que o melhor é utilizarmos o termo “velho”. Outros, por sua vez, até aceitam bem o termo “idoso”, mas opõem-se radicalmente ao uso dos termos “terceira idade” ou “melhor idade”.

Atualmente não podemos falar em “a velhice” ou “o idoso” em nosso país, pois na verdade o que existe hoje são diferentes formas de envelhecer

Mais que nos determos no palavreado a ser utilizado para designarmos essa etapa, o que parece importante é destacarmos que o processo de envelhecimento é um processo multideterminado e bastante complexo, e é dentro desse olhar que ele precisa ser abordado. Atualmente não podemos falar em “a velhice” ou “o idoso” em nosso país, pois na verdade o que existe hoje (no Brasil com tantas diferentes contradições) são diferentes formas de envelhecer. O envelhecimento é vivenciado de modo diferente por diferentes pessoas. Tudo depende da pessoa ou do grupo de pessoas idosas ao qual estamos nos referindo, pois, em um país com tantas diferenças socioculturais e econômicas entre as pessoas, cidades, estados e classes sociais, o processo de envelhecimento é um reflexo dessa realidade social, sendo vivenciado de maneira heterogênea e múltipla. Apresenta diferentes oportunidades e limites a cada pessoa concreta.

É muito diferente envelhecer de modo ativo e inserido na sociedade, ou vivendo em uma Residência de Longa Permanência. Também é diferente ser um idoso senescente ou senil. É diferente envelhecer ativa e culturalmente produtivo – tal qual ocorre com muitos escritores, filósofos e artistas, dentre outros profissionais, cujas melhores obras foram produzidas na etapa final de sua vida – e envelhecer acometido por algum tipo de demência. Ser idoso na atualidade pode ter muitos diferentes significados e possibilidades, ou limites.

Flávia Diniz Roldão, psicóloga, é professora do UniBrasil Centro Universitário.
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