O presidente da França, Emmanuel Macron, que invocou artigo da Constituição para aprovar uma reforma da previdência sem votação da Assembleia Nacional| Foto: EFE/EPA/Michel Euler/POOL MAXPPP
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O envelhecimento populacional mundial vem desencadeando uma série de consequências para os países. O aumento do número de aposentados tem pressionado as finanças de vários Estados, especialmente na Europa. Uma das principais ações dos governos passa pela reforma previdenciária, englobando o aumento na idade mínima para aposentadoria.

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O caso da França não parece ser diferente. As reações da população francesa às mudanças legislativas vêm chamando a atenção dos observadores internacionais. A luta dos franceses por direitos fundamentais pode ser considerada uma das mais simbólicas da humanidade, tendo como ícone a Revolução Francesa do século XVIII, que derrubou a monarquia no país na busca por liberdade, igualdade e fraternidade.

Macron parece ter permanecido com um dos líderes mundiais mais influentes da atualidade, mesmo diante de turbulências internas.  

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Atualmente, a França tem um governo republicano, em que o chefe de Estado é o presidente Emmanuel Macron, tendo como chefe de governo a primeira-ministra Élisabeth Borne, no que cientistas políticos costumam descrever como semipresidencialismo.

Macron tem destacado a reforma da previdência como uma das principais bandeiras de seu mandato. O aumento da idade mínima para aposentadoria parecia um dos maiores entraves para o governo, com poucas chances de ter aprovação parlamentar. Diante disso, Macron orientou a premiê no sentido de expedir uma espécie de decreto, que dispensa o aval do parlamento.

Isso acabou provocando uma série de protestos da população, que sentiu uma diminuição dos direitos sociais por uma medida unilateral do poder executivo, sem aprovação do legislativo. Apesar de moções de desconfiança que podiam derrubar o governo da primeira-ministra, o parlamento acabou mantendo Borne no cargo, deixando o caminho livre para a finalização da reforma.

Os protestos continuam, provocando até mesmo consequências internacionais, como o adiamento da visita do novo monarca britânico, Charles III, que preferiu ir à Alemanha na sua primeira viagem internacional como rei. Macron, por sua vez, parece ter permanecido com um dos líderes mundiais mais influentes da atualidade, mesmo diante de turbulências internas.

Demetrius Pereira, pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NEPRI) na Universidade Federal do Paraná, é professor de Relações Internacionais da ESPM São Paulo.

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