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Pai rico, filho nobre, neto pobre: um dilema muito conhecido por fundadores e herdeiros de empresas familiares, e também uma grande preocupação, pois a sua longevidade dependerá do seu processo sucessório. Conforme o Sebrae, as empresas familiares representam 90% do total das empresas brasileiras e as estatísticas mostram que apenas 30% sobrevivem à segunda geração, e esse porcentual vai diminuindo a cada nova geração. E como preparar esse processo sucessório? Renato Bernhoeft, consultor de empresas familiares, afirma que herdeiro é diferente de sucessor, pois o sucessor precisa ser escolhido, legitimado e preparado para assumir a empresa. O processo de preparação obrigatoriamente passa por um bom curso de graduação, além da experiência adquirida na prática, seguido de um curso de pós-graduação específico para o mercado em que atua a empresa. Para qualquer mercado de atuação, o profissional precisa saber planejar, conhecer os riscos do negócio e garantir a continuidade de um retorno financeiro. O mercado exige profissionais capacitados para conduzir o planejamento financeiro e o controle orçamentário nas organizações, bem como habilidades necessárias para a aplicação das finanças e controladoria nas mais diversas áreas da empresa.

A necessidade de melhoria dos controles internos é uma constante em todos os tipos de empresas. A avançada tecnologia da informação, aliada ao nível de competitividade das empresas modernas, exige dos sucessores o investimento na educação continuada para melhor estruturação de sistemas de controles e gestão de riscos. A complexidade do mercado financeiro brasileiro e a concorrência interna e externa têm reduzido as margens das empresas e exigido cada vez mais especialização do profissional responsável pelo planejamento e controle financeiro.

Outra dificuldade imposta ao sucessor é o elevado custo dos recursos financeiros. Um caminho claro para a busca de fontes de captação de recursos é o mercado de capitais. Segundo Cordeiro da Silva, autor do livro Governança Corporativa nas Empresas, o mercado acionário brasileiro é hoje uma pálida sombra do que poderia representar em termos de financiamento da produção e incentivo a novos investimentos. A falta de transparência na gestão e a ausência de instrumentos adequados de supervisão das companhias, principalmente nas familiares, são apontadas como principais causas desse cenário. É preciso investimento numa sólida formação em controladoria e atualização nas normas internacionais de contabilidade (IRFS) recém-implantadas em nosso país, garantindo a transparência contábil e administrativa, premissa básica para a obtenção de recursos financeiros no mercado de capitais.

Assim, a educação continuada é parte primordial de um planejamento de sucessão, garantindo a longevidade da empresa familiar e facilitando o seu acesso ao capital.

Cesar Augusto Gaertner, contador com especialização em Contabilidade em Controladoria e Sistemas Gerenciais, mestre em Engenharia de Produção e Sistemas, coordenador do MBA Gestão Financeira com ênfase em Controladoria da UniBrasil e coordenador do curso de Ciências Contábeis da UniBrasil

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