Me arrisco aqui a fazer um rápido e, naturalmente incompleto, panorama político e econômico do Brasil desde o final de 2014.
Eleita após campanha financiada com o dinheiro do Petrolão, em um pleito com urnas eletrônicas não auditáveis e votos apurados a portas fechadas por um grupo de 23 pessoas, lideradas por um ex-advogado do seu partido, Dilma chega ao poder pela segunda vez.
O pacote acima exposto me parece mais que suficiente para pôr em xeque a legitimidade deste governo. Deixe-me corrigir a mim mesmo; este governo ou desgoverno além de ter sido o mais incompetente da história nacional era total e completamente ilegítimo. De carona com a “eleita” vem Michel Temer que após um processo legal de impeachment torna-se presidente. Como produto da mesma campanha, paga com propina, e eleito pelo mesmo pleito suspeito, Temer é, a meu ver, também ilegítimo.
A despeito da questão da legitimidade, Temer sabia o que fazer para recuperar a economia
A despeito da questão da legitimidade, Temer sabia o que fazer para recuperar a economia; ferida de morte por treze anos de socialismo populista e corrupção sem precedentes. Temer tomou um conjunto de medidas acertadas para a economia. Essas medidas, porém, não seriam suficientes para uma retomada vigorosa do crescimento, sem o sucesso na mais importante missão deste governo tampão: a reforma da previdência. Acuado, no entanto, por denúncias envolvendo os “empresários” irmãos Batista, Temer queima o capital político de que dispunha defendendo-se.Teria sido um bom momento para o presidente pensar mais no Brasil, renunciar e entregar a missão da reforma para Rodrigo Maia.
Queimando o que sobrou de capital político para defender-se de uma segunda denúncia e, por fim, sem mais apoio suficiente, o governo engaveta a reforma.
Permita-me aqui, caro leitor, fazer um desabafo sobre esta reforma, essencial para o povo brasileiro, e naufragada por conta das fragilidades do governo Temer.
Opinião da Gazeta: Restabelecer a legalidade (editorial de 26 de maio de 2018)
A necessidade absoluta da reforma da previdência não é uma questão de ponto de vista, entendimento, opinião, visão de mundo, escola de pensamento ou o que quer que se deseje alegar; é uma questão matemática; sai mais dinheiro do que entra. E não resolve apenas cobrar a dívida das empresas; o problema da previdência é de fluxo e não de estoque de dinheiro. A cobrança integral da dívida, mesmo que possível, significaria um alívio temporário, mas não eliminaria a trajetória de insolvência. Da forma como está, a previdência quebra o país. Há um amplo espaço para discutir como a reforma deve ser feita, mas não há muito espaço para discutir se ela deve ser feita ou não.
Exaustas com as dificuldades econômicas, os privilégios da classe política e a corrupção, mais e mais pessoas se dispõem a medidas extremas, como a greve dos caminhoneiros. Não os culpo pela revolta ou pela atitude.
Dito isto, os danos à nossa, já sofrida, economia são muito grandes. O que fazer? Nas palavras de Paulo Guedes: “Menos Brasília e mais Brasil”. Estado menor!
Precisamos eleger alguém que tenha a coragem de encolher o monstro estatal e permitir que a iniciativa privada conserte o país, e para chegar lá precisamos de urnas eletrônicas confiáveis e auditáveis, com voto impresso.
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