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uso de celular na escola
Para profissionais da educação e da saúde, proposta do MEC para proibir uso de celular na escola é um acerto.| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Falar sobre tecnologia na sociedade atual e na educação é, como diz o ditado, “chover no molhado”. É necessário ter cuidado para não ser redundante, especialmente com a presença massiva dos softwares de inteligência artificial nas salas de aula e sua expansão para todos os setores da sociedade.

A tecnologia é a arte de conhecer e fazer, de entender do que as coisas são feitas e como são produzidas. Ela está focada na aplicação criativa do conhecimento em tarefas organizadas, envolvendo pessoas e máquinas para alcançar objetivos sustentáveis. O termo "tecnologia", pouco utilizado antes do século XIX, apareceu pela primeira vez na 11ª edição da Enciclopédia Britânica, entre 1910 e 1911, e só se popularizou na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Esse foi um período marcado pela corrida armamentista e pelo desenvolvimento de inovações como novos computadores e vacinas, destacando-se a vacina contra a poliomielite. No século XXI, tecnologia é uma das palavras do momento. Contudo, ela sempre esteve presente na sociedade, desde a construção das primeiras ferramentas, mesmo que rudimentares, até o momento atual, onde existe a intenção de colonizar Marte e, para isso, busca-se novas tecnologias.

A educação, em sua essência, é sobre conexões e relacionamentos humanos, e a tecnologia tem permitido o desenvolvimento de uma educação voltada para a sociedade e suas necessidades

Na educação, a tecnologia está presente há muito tempo, desde o que consideramos mais simples até o mais complexo. Desde a produção dos primeiros livros, a popularização da caneta esferográfica e o uso de lápis com grafite de carbono, apontadores, canetas coloridas e marca-textos, até a evolução do quadro de giz para o quadro branco com canetas especiais, sem falar nos projetores e computadores, a tecnologia já faz parte do cotidiano educacional, contribuindo para direcionar e democratizar o processo de escolarização. Sim, direcionar! Pois a necessidade de qualificação das pessoas fez com que as escolas entendessem a necessidade de mudanças.

Quando se trata de tecnologia e educação, os aspectos são geralmente positivos. O uso inadequado, entretanto, pode ter consequências negativas, e o celular talvez seja o maior desafio em sala de aula. Não apenas pelo acesso a redes sociais e jogos, mas também pelo receio dos professores de serem gravados, o que, a meu ver, não deveria ser um problema, pois somos educadores, e nosso discurso deve ser sempre focado na educação, guiando os alunos em suas descobertas. Nesse sentido, é necessário que o professor seja assertivo na escolha das tecnologias, com intencionalidade pedagógica e objetivos claros, para que não se tornem um peso para o docente e motivo de desânimo para os alunos.

Todo professor pode usar a tecnologia a seu favor na educação, aumentando a possibilidade de interdisciplinaridade e promovendo a autonomia dos alunos. É gratificante estar em sala e ver os alunos engajados, pesquisando e contribuindo para a construção da aprendizagem. Sem falar nos alunos ausentes, que rapidamente já tomam ciência do que aconteceu na aula. E quanto à inteligência artificial? Ela é uma maravilha que pode enriquecer as aulas – desde que utilizada com intencionalidade, pois pode ajudar no planejamento do professor, personalização do ensino, elaboração de questões, criação de slides, resumos, revisão ortográfica e de conteúdo, além de permitirem avaliar a relevância das aulas.

A educação, em sua essência, é sobre conexões e relacionamentos humanos, e a tecnologia tem permitido o desenvolvimento de uma educação voltada para a sociedade e suas necessidades. Seu uso permite maior engajamento dos alunos e o desenvolvimento de habilidades essenciais para o século XXI – comunicação, empatia, pensamento crítico e colaboração. Essas habilidades promovem maior envolvimento entre professores e alunos, além de estimular a comunicação entre os próprios estudantes, possibilitando maior engajamento e atingindo novos níveis de aprendizagem – o que é o desejo de todo educador. Contudo, é necessário que todos os envolvidos nesse processo estejam atentos para evitar a exclusão e garantir a inclusão de todos nesse processo. Retornando ao título deste artigo, a tecnologia é uma aliada para os professores.

Cleiton Silva Marques é assessor pedagógico e coordenador do ensino médio no Colégio Presbiteriano Mackenzie Palmas.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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