A geração dos nativos digitais já vem com o know how tecnológico como item de fábrica. Muitos estudos indicam que até a agilidade que as crianças de hoje possuem nos dedos é maior do que nós jamais desenvolvemos ao longo da vida. O fato é que a tecnologia cada vez impacta mais as relações familiares, por estar cada vez mais presente na rotina de crianças e adultos.
Muitos pais e familiares acabam deduzindo que a influência da tecnologia é necessariamente negativa para os pequenos. As pesquisas já mostram que podemos desmistificar o uso da tecnologia desde que pais e responsáveis entendam como utilizá-la de forma positiva, enquanto as crianças não conseguem ter esse discernimento.
A conversa franca e honesta é parte fundamental da construção de uma boa relação familiar
As telas, tanto de celulares quanto de tablets, podem ser usadas como meio para diversas atividades e não necessariamente como fim. Isso quer dizer que as telas podem trazer brincadeiras, gerar contato com músicas e danças ou ainda incentivar a criatividade e o uso de habilidades manuais, em vez de se transformar em uma "chupeta virtual". Quando os pais criam consciência disso, a tarefa fica mais fácil. É possível utilizar a web para procurar uma receita de bolo para pais e filhos fazerem juntos, por exemplo.
A pesquisa TIC Kids Online Brasil, divulgada recentemente, mostrou um número impressionante: 24,3 milhões de crianças e adolescentes acessam a internet com certa regularidade no país. Isso significa que 86% dos jovens entre 9 e 17 anos estão conectados. A mesma pesquisa revelou, ainda, que cresceu o número de buscas dos jovens por notícias, uma consideração bem importante. É na internet que os jovens conversam com os amigos, fazem pesquisas, acessam outros lugares do mundo e mergulham de cabeça nesse universo. É na rede que 77% afirmam assistir a vídeos on-line, 75% ouvem músicas e 73% navegam em redes sociais.
O outro lado, porém, é o que preocupa os adultos. Uma pesquisa feita pelo Google com pais e professores concluiu que 67% dos docentes entrevistados dizem que os pais ainda precisam se esforçar mais para manter a segurança dos seus filhos no mundo digital. É importante que os pequenos mantenham uma vida saudável fora das telas, expressem suas emoções, saiam presencialmente com os amigos, façam exercícios, enfim, que tenham uma vida ativa.
- A tecnologia é má? (artigo de David Brooks, publicado em 4 de dezembro de 2017)
- Tecnologia e sua vitalidade para o futuro das cidades (artigo de Amilto Francisquevis, publicado em 5 de novembro de 2018)
- Recuperando a capacidade de ler com Dante Alighieri (artigo de Fausto Zamboni, publicado 24 de setembro de 2018)
Uma dica valiosa é que os pais não deixem que o diálogo morra e que deixem os filhos sempre confortáveis para se expressar. A conversa franca e honesta é parte fundamental da construção de uma boa relação familiar. É essa troca positiva que vai fazer com que o pequeno não coloque a vida digital em primeiro lugar.
Como bem se sabe, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose, por isso moderação é o segredo para que a tecnologia impacte positivamente na rotina da família. É importante que os pais saibam os limites e deem liberdade para que os filhos possam aproveitar seu espaço de forma positiva. Saber utilizar a internet para aproximar você do seu pequeno é o segredo para não criar um conflito entre vocês. E aí, qual vai ser a estratégia de hoje para se conectar com seu filho?
Nathalia Pontes, psicopedagoga e escritora, é especialista em Gestão de Negócios e Inteligência de Mercado, mestranda em Psicologia da Educação e especialista em Pesquisa & Desenvolvimento Educacional na PlayKids.
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